quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Série Primeiros Passos Jornal Hoje http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,LS0-16028-61738,00.html


Mesmo participando de algo que já havia feito muitas vezes, participar nacionalmente me fez rever assuntos e sistematizar conhecimento.Reavaliar pontos pensando sempre em melhorar. Uma espécie de avaliação da prática...foi e esta sendo muito bom participar da série...acompanhe pela internet as gravações no site do jornal hoje - séries especiais...Primeiros passos

Começa assim: o bebê chora e os pais cedem à tentação de oferecer a chupeta para acalmar a criança. Depois, vem a mamadeira que substitui o peito da mãe. O problema é a etapa seguinte: convencer os filhos a abandonar tudo isso.
Rafaela nem nasceu e já ganhou chupeta. No chá de bebê, a mamadeira foi presente da vovó. “Acalma o bebê e ajuda na hora de dar a alimentação para a criança”, diz a avó, Dulcemar Pacheco. A mãe, a supervisora educacional Fernanda Furtado, faz uma ressalva: “Só não queria que você desse até os 7 anos de idade, como fez comigo!”.
Fernanda tem medo que a filha sofra com problemas que ela mesma já enfrentou: “Tive problemas respiratórios, na arcada dentária...”, ela lembra.
O melhor mesmo é não usar nem uma nem outra. “A chupeta e a mamadeira desencorajam o bebê a sugar no peito”, explica o pediatra Remaclo Fischer. A criança tem que fazer mais esforço para tomar o leite no peito, e com isso ela começa a querer mais mamadeira. “A mamadeira é uma causa de abandono ao aleitamento materno”, alerta o médico.
A empresária Jeane Moura diz que nunca gostou da idéia de dar mamadeira ou chupeta para o filho, mas não conseguiu evitar: “Eu era contra, até chorei quando dei a chupeta para ele. Na maternidade, ele não parava de chorar e minha mãe falou: ‘olha, acho que a única solução é um bico’”.
Hoje, Davi está com 2 anos e meio e tem uma coleção de chupetas. “Ele tem umas 20 chupetas, uma em cada canto da casa, exatamente para a gente não estar numa situação em que ele chora e não tem nenhuma perto. A gente já passou muito por isso”, explica Jeane.
Para a criança que ainda mama no peito, é mais fácil ficar longe da chupeta. “A grande maioria dos bebês não precisa de chupeta. Só o fato de a mãe amamentar no peito já satisfaz 100% a necessidade de sucção do bebê”, afirma o médico pediatra Cecim El Achkar.
Pesquisas mostram que 70% das mães usam a chupeta para tentar tranqüilizar o filho, mas é preciso tomar cuidado. Para tomar esta decisão, é preciso observar o comportamento da criança. “Em situações em que a criança chora muito, mama com muita freqüência e em que exista uma dificuldade imensa em consolar o choro, eventualmente a chupeta pode ser utilizada. Mas em um tempo muito curto”, reforça Remaclo Fischer. Neste caso, é preciso escolher com atenção. O modelo anatômico, que segue o formato da boca, é o mais indicado.
Só não se pode mesmo banalizar o uso da chupeta. O resultado do exagero aparece com o tempo: “O principal deles é a mordida aberta, onde fica um espaço entre os dentes superiores e inferiores, um buraquinho com o formato normalmente da chupeta”, explica a ortodentista Alicéia Locks Menezes. “Mas pode causar inclusive problemas respiratórios, porque a criança passa a respirar pela boca”.
Para os pais que não conseguiram evitar, o melhor é tirar a chupeta do filho o mais cedo possível. Geralmente, entre oito meses e 1 ano de idade começam a aparecer os primeiros dentinhos da criança; é o momento ideal para dar adeus ao bico. “Os pais devem eleger alguns horários para a retirada. Por exemplo: dar a chupeta só para o bebê dormir”, ensina a pedagoga Karine Rodrigues Ramos.
Quem usa mamadeira também deve parar nessa fase. Mamar na hora de dormir pode estragar o sorriso da criança. “O leite fica o leite parado em torno dos dentes, principalmente os superiores e daí acontece a cárie. É uma cárie muito aguda, muito rápida, que destrói completamente os dentes e dá muita dor”, alerta a ortodentista Menezes.
Criar os filhos sem mamadeira e sem chupeta pode parecer difícil para muita gente, mas a analista de sistemas Gicele Vieira da Cunha e o marido são um exemplo de que isso é possível. Vítor já tem 4 anos e acha estranho quando vê outra criança de chupeta na boca.
A irmã de Vitor, aos oito meses, também nunca usou chupeta e só mama no peito. Trabalhar o dia inteiro não foi desculpa para dar a mamadeira: Gicele oferece o seio pela manhã e à noite. Os especialistas dizem que é o suficiente; nessa idade, a criança não precisa de outro leite – basta complementar a alimentação com frutas e papinha durante o dia.
E quando a menina chora? Aí, os pais buscam respostas para atender a filha. “Nós damos colo, atenção, a gente vê se não é a fralda ou a fome, né?”, explica Gicele. Muitas vezes a solução é mais simples do que se pensa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário