sábado, 20 de fevereiro de 2010

Um sonho...meu...


A prática educativa de Reggio:
um olhar que atravessa “os muros das escolas”...
*Alba Bezerra

Para compreender a prática de Reggio é preciso abrir os canais da aprendizagem multissensorial, considerando que aprendemos com a emoção, com o corpo, com a mente, com os cheiros, com os sabores, na relação com o outro, com o nosso protagonismo.
Olhar as experiências de cada criança e os significados que dão a elas, é escutar a subjetividade de cada um, com todo o seu potencial criativo, que reflete o seu pensar sobre o mundo e a forma como estão construindo conhecimentos. É como olhar uma imagem refletida... O reflexo é daquilo que estamos vendo e não do que ainda não vemos! Mesmo que existam muitos olhares interpretativos sobre o que vemos refletido, esse reflexo gera uma zona de tensão permanente para tentarmos compreender a infância e a criança, o que é inatingível, pois como disse Alfredo Hoyellos: “temos tentado compreender a infância várias vezes… Porém, quando acreditávamos que tínhamos encontrado respostas, nos diziam que não. Outra vez voltamos ao começo sabendo que as múltiplas infâncias são inalcançáveis.”
Esta passagem reafirma o potencial criativo das crianças e a sua capacidade de surpreender-se e de nos surpreender. Por isso, quem se inspira em Reggio para desenvolver a sua prática educativa, percebe a importância de termos uma ação coerente com a nossa forma de ver a vida, que é enriquecida no diálogo com muitos educadores (professores, familiares, cozinheiros, arquitetos e toda pessoa disposta a trocar pontos de vista) que dão visibilidade a este paradigma filosófico através do seu acolhimento, na qualidade estética das relações, na forma de pensar e organizar ambientes onde todos se sintam bem.
Dar visibilidade a este diálogo permanente e traduzi-lo em ações, é dar a oportunidade para que todos exercitem o olhar relativo, percebendo que os olhares são sempre interpretativos e que para compreender essa realidade é saber que “cada ponto de vista é apenas a vista de um ponto”, como nos disse Leonardo Boff.
Nesse sentido, estabeleço a relação com um dos aspectos normativos da semana de estudo: não tirar fotografias! Para mim, ficou claro que além de preservar a imagem da criança, uma força em Reggio é o diálogo com as nossas ações. Para quê registrar uma realidade pré-existente, na tentativa de reproduzi-la ou dizer que somos de vanguarda nas nossas escolas, se não compreendemos a concepção educativa do que estamos vendo? Copiar mobiliários, formas de organização dos ambientes, documentações de projetos... Significa saber ter uma escuta sensível e promover oportunidades para que a subjetividade e a criatividade de cada criança flua e revele todo o seu potencial? Onde fica a nossa história e o nosso contexto?
Não basta tirar fotografias! É importante pensar em qual fotografia e o que exaltar na imagem. A imagem precisa ser um reflexo das nossas crenças, valores, ideias. A nossa forma de interpretar o que sentimos, pensamos e fazemos.
Manter um diálogo com as diferentes formas de interpretar o sujeito, a sua história e a sua cultura, dá trabalho. Por isso, educar é uma ação revolucionária, transformadora. Quando nos abrimos para esse diálogo, abrimos nossas forças e fragilidades com a crença de que educação e o saber não se compra e nem se copia, mas se constrói! Se constrói numa relação entre educar o cidadão e a cidadania.
Em Reggio, educar é sempre um caminho e não um fim. Um caminho interpretativo de que o OUTRO SOMOS NÓS! Nessa reciprocidade, uma certeza: o diálogo continua numa incansável busca por uma vida digna para todos e um mundo mais sensível e justo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Volta às aulas!


O grande dia está chegando e já está na hora de começar a reorganizar a rotina da casa e das crianças.
As férias estão acabando e voltar à rotina escolar não é uma das tarefas mais fáceis. Horários para dormir e acordar, atividades preestabelecidas, alimentação adequada, além, é claro, das lições de casa, exige uma readaptação não somente das crianças como também de todos os familiares. Para que essa passagem fique menos cansativa e estressante, aconselho os pais a retomarem, pelo menos uma semana antes do início das aulas, a normalidade dos horários tanto de sono quanto de alimentação.Que organizem os materiais e façam deste momento um ritual.

A volta às aulas precisa ser marcada por empolgação de todos os envolvidos nesse processo. Afinal de contas, cada família pode estar se deparando com uma situação, seja a expectativa de frequentar pela primeira a vez a escola ou até mesmo a mudança de colégio e o estabelecimento de novas amizades. “Os pais podem envolver os filhos na organização do ambiente de estudo, na compra dos materiais e do uniforme. Sempre de maneira descontraída para que o vínculo com o retorno às aulas vá sendo despertado naturalmente. O envolvimento nestas conquistas é fundamental, pois a criança se sente pertencente ao processo e contribui, colabora naturalmente.
Bem vindo, Ano Letivo de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A riqueza dos espaços planejados





Os espaços têm papel determinante na interação e na aprendizagem das crianças. È no brincar com espaços organizados que proporcionamos experiências ricas de conceitos práticos que a criança aprende, compara, faz e refaz. Constrói hipóteses! A city splash é um espaço preparado com água que possibilita experiências ricas em conceitos de física e química. Elementos que flutuam, emergem, enchem, descem com a pressão da água. Experimentam formas de carregar a água (com esponja, com balde, com pá). Misturam elementos e transformam a água. È possível conferir este espaço em um Museu em New York ou então na Escola Dinâmica Educação Infantil. Parabéns por colaborar com novos espaços na educação trocando experiências como estas. Relembrando...em 2008 fizemos um projeto com o assunto a água no meu mundo e foi a primeira rica experiência com água que fiz com as crianças, com o olhar atento as hipóteses criadas pelas crianças foi possível observar a alegria e as diversas formas de brincar com a água. A grandiosidade da interação e a riqueza desta experiência só foi reconhecida após esta troca de experiências. Por isto PENSE é na troca que amadurecemos e fortalecemos conhecimentos.

City Splash Outdoor Water Play
All Ages
Closed for the Winter
Splash down in the Sussman Environmental Center and explore the physical properties of water as you launch boats down a winding stream. Younger children can splash, pour and experimH2Oh!Recommended for Grades K – 3
Students discover how rain falls, a boat floats, a submarine submerges and which animals make the ocean their home in this introduction to the science through the study of water. Students learn through a series of art projects, experiments and water play. Each class begins with a discussion and story time, followed by related activities and experiments. This class meets performance standards in life sciences, scientific thinking and investigation. View pdf of class outline.ent in the puddle patch.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ètica


Dia destes começamos a conversar sobre ética, entre muitas opiniões o que restou de fato como conhecimento sobre o assunto foi respeito, respeito, respeito aos nossos direitos e aos direitos dos outros. Respeitar a sua vez, respeitar a história do outro, respeitar os pontos de vista do outro, respeitar a cultura do outro, respeitar as regras dos locais que você frequenta, respeitar a essência, a postura...enfim respeitar... perceber o outro...

OS DIREITOS DAS CRIANÇAS

O direito das crianças de serem enxergadas como sujeitos com direitos individuais, jurídicos, civis e sociais: portadores e construtores de culturas próprias. Portanto, participantes ativos na organização de suas identidades, autonomias e competências por meio das relações e interações com seus pares, adultos, idéias, coisas e acontecimentos autênticos e imaginários de mundos que se comunicam.
Isso, enquanto valida premissas fundamentais para uma condição mais elevada de cidadania do individuo ou de suas relações inter-humanas, outorga às crianças, a todas as crianças, dons e poderes naturais de extraordinária riqueza, de força e criatividade que não se pode ignorar nem decepcionar sem provocar sofrimento ou empobrecimento, em geral, irreversível.
Aqui, o direito das crianças de encontrar e desenvolver todas as suas potencialidades, valorizando as capacidades de socializar, acumulando afeto e confiança e satisfazendo suas necessidades e desejos de aprender: especialmente quando estão garantidos por meio de uma aliança eficaz com os adultos, preparados para préstimos e ajuda que privilegiem mais a procura de estratégias construtivas do pensamento e do comportamento do que a transmissão de saberes e habilidades.
Este último é o que acontece ao formar inteligências criativas, saberes livres e individualidades reflexivas e sensíveis por meio de processos contínuos de diferenciações e integrações com outras pessoas e outras culturas.
Que os direitos das crianças sejam os direitos das outras crianças e a dimensão de valor de uma humanidade mais realizada.

OS DIREITOS DOS PAIS

O direito dos pais de participarem ativamente - e de livre acordo com os princípios estabelecidos – das experiências de crescimento, atenção e formação de seus filhos, sob os cuidados da instituição publica. Não existe delegação nem alienação, somente a confirmação da presença e do papel dos pais avaliados em nossa longa tradição como instituição. Por um lado, uma forte e insistente aptidão da escola, que sabe o quanto pode extrair de uma boa colaboração das famílias para a maior segurança e tranqüilidade das crianças e para dar inicio a uma rede comunicativa que conduza a um conhecimento mais autentico e recíproco, e a uma busca mais proveitosa e compartilhada das modalidades, dos conteúdos e dos valores de uma educação mais eficaz. Por outro lado, pais preferencialmente jovens, de diferentes profissões, de níveis distintos de maturidade e cultura, e freqüentemente de outras origens étnicas, mas todos em conflitos com a escassez de temas disponíveis, com o custo de vida, com as dificuldades do dia-a-dia, com o medo da solidão e com as inquietudes do futuro. E todos com uma grande necessidade e desejo de explicar, falar, discutir e refletir sobre seus problemas, sobretudo a respeito do crescimento e educação de seus filhos.
Se a escola e os pais convergem para uma cultura colaborativa-interativa – que é uma seleção racional e vantajosa para todos – para que todos sigam experiências mais carregadas de sentido, então se entende o quão hostil e equivocada é a pedagógica da auto-suficiência e da prescrição; e, ao contrário, o quão amigável e proveitosa é a pedagogia da participação e da investigação.
Participação e investigação, são de fato, dois termos capazes de assumir novamente muitas das concessões mais gerais de nossa teoria educativa, assim como de voltar a assumir os requisitos para iniciar e manter a realização dos acordos cooperativos entre pais e educadores com valores que esta teoria assume em relação à perspectiva educativa das crianças.



OS DIREITOS DOS EDUCADORES

Os direitos dos educadores ou dos trabalhadores de cada escola, no que se refere a contribuir com a elaboração e aprofundamento dos marcos conceituais que definem conteúdo, finalidades e praticas de educação, por meio de debates abertos entre si mesmos, dos componentes da coordenação pedagógica e dos conselhos de gestão social, e em sintonia com os direitos das crianças e dos pais. Contribuindo, dessa forma, para selecionar os métodos, as didáticas, os projetos de pesquisa e observação, os campos de experiência, o auto aperfeiçoamento profissional comum, as iniciativas culturais, os deveres de gestão social e, definitivamente, os problemas relacionados com a organização dos ambientes de trabalho.
Esta rede colaborativa e de múltiplas interações, que confia na contribuição das idéias e competências de cada um e de todos – sempre aberta à atualização e às experimentações – já é a proposta de um modelo de investigação, de interação educativa, de cultura e de vida. Um modelo que não apenas revitaliza os papéis da escola e da família, mas também renova e reforça profundamente as formas sociais de construção e reconstrução dos saberes, apresentando-se para as crianças como algo muito vivo e estimulante, que pode integrar-se perfeitamente às necessidades e desejos de seu muno de relações e apropriações cognitivas. Da parte dos educadores, de cada um deles, uma condição para exaltar o diálogo e o debate dos ideais e das experiências e de enriquecer os instrumentos de valorização e julgamento profissionais.


METÁFORAS E TEXTOS

O uso de metáforas e analogias para transformar a realidade existente e criar outras realidades – por meio de processos de alusão, substituição, e metamorfoses imaginativas – são alguns dos elementos básicos do processo criativo, mas também algumas das estratégias que as crianças utilizam naturalmente na exploração do mundo.