segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Elas se formaram...


“Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já têm a Forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia…
e se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.”
(Fernando Pessoa)

 

 

Não foi um caminho fácil de trilhar, é importante que se diga. Houve espinhos, sob a forma de encaminhamentos, respeito e atribulações não previstas, fatos inimagináveis, estar aqui celebrando mostra que superamos. Sim, de fato não foi fácil aceitar, entender, pois a nós professores não há a opção parar ou esquecer é necessário refletir sobre os acontecimentos, questioná-los e transformá-los.

O espaço que a nós professores é reservado nesta superestrutura da modernidade onde vivemos o consuma, produza consuma, produza é o de transformar, ressignificar, emancipar e é neste momento ao olhar para minhas alunas depois de uma luta desleal é que tenho a certeza de que para elas apesar de tudo o que sempre importou foi a possibilidade de ser professora e tenho a certeza de que farão o seu papel de emancipar seus alunos e que na medida do possível desempenharão com responsabilidade o estímulo ao pensar para assim transformar.

E por acreditar em cada uma das formandas que aqui estão é que dedico minhas palavras e como professora agradeço o que senti e aprendi com cada uma delas: com a Vlagda a determinação, com a Josi a superação, com a Francielle a mudança de olhar, com a Ernanda a Lealdade, com a Marcielle a esperança, com a Patrícia o amor e com a Solange a amizade. Destaco os valores de cada uma, pois isto é o que realmente importa, não há diploma, não há curso que ensine isto para as pessoas, mas há professores que com habilidade podem fazer desabrochar está competência nas pessoas  e isto não fui  quem as ensinou e sim suas primeiras professoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da qual todas aqui serão habilitadas...obrigada!

 

Karine Rodrigues Ramos

Mestranda em Educação – UDESC

06/09/2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Projeto " Energias" Unesco


1.                  Justificativa

“O Ano Internacional da energia sustentável para todos – 2012 visa incentivar e impulsionar a conscientização para as questões energéticas, incluindo os serviços modernos de energia para todos .”

            A educação infantil tem como objetivo principal investigar o mundo que cerca a criança tendo como base principal de investigação assuntos próximos e lúdicos.  Valorizando estas questões e pensando na importância de associar os assuntos deste mundo teremos como linha de encantamento as formas de se produzir energia, consumir e distribuir.
As interações com o mundo e as representações apresentadas para as crianças permite que as mesmas explorem, manipulem materiais e brinquedos, façam perguntas, descubram causas e efeitos da energia na sua vida, nas suas brincadeiras e no mundo que a cerca.

2.                  Definição do Projeto

O projeto “Energias que eu uso e produzo” tem como objetivo principal refletir sobre o produzir e utilizar as diferentes energias produzidas e utilizadas na vida cotidiana, incentivando o conhecimento de quais energias que eu uso e quais eu produzo? Para que? Como?

Durante o período de observação registramos a sabedoria infantil frente a este assunto:

·               “ A energia esta dentro do nosso corpo”
        ( fala das crianças de 5 anos durante o questionamento O que é enrgia?)

·               “ Energia é ficar forte, para correr, lutar e jogar futebol”
        ( fala de um menino 5 anos)

·               Energia é a luz, gasolina quando acaba para e apaga a luz

·               Para fazer a luz é água....

·               Energia é correr ...é força ...quando eu como maçã eu fico forte porque maçã limpa o dente e faz bem pra gente....(4 anos)


Objetivo geral

O objetivo é abordar e discutir as diferentes formas de energia que usamos e que produzimos. Suas fontes e formas de representação. Energia Vital.

Objetivos específicos

·                     Apresentar as diferentes formas de energias que encontramos na natureza
·                     Incentivar a produção de energias  
·                     Estabelecer relações com as energias do mundo – alimento, natureza e corpo humano
·                     Desenvolver a socialização, o conhecimento de mundo, raciocínio lógico matemático, a expressão artística e corporal.
·                     A energia e as brincadeiras de criança
·                     Estimular as diversas inteligências
·                     Refletir acerca das obras do artista Ivan Cruz que retratou mais de 100 brincadeiras.

Categorias de assuntos “ Projetos associados”

·                     Berçário – Energia Vital dos movimentos
·                     Infantil I – Aventuras multicoloridas 
·                     Infantil II – Produzindo alimentos “A horta”
·                     Infantil III e IV– “Conhecendo e brincando com o vento”
·                     Infantil V – “Energia” Onde têm?”(abordando as diferentes regiões)
·                     1º ano – Energia Vital – A água
·                     Bilíngüe – Energia vital


Recursos Pedagógicos :

·                     Estimulação da linguagem – Utilizar a linguagem para introduzir as crianças no contexto lúdico. Proporcionar uma diversidade de registro e de gêneros textuais. De forma informal fazer com que as crianças tomem consciência de suas vivencias, verbalizem e aumentem seus conhecimentos com o que trazem os colegas e a professora.  
·                     Releitura de obras: Artista Ivan Cruz “ Brincadeira de criança” ( o movimento do corpo e a produção de brincadeiras com as diferentes energias do mundo)
·                     Portfólio – registro das atividades gráficas e valorização das pesquisas e produções das crianças.
·                     Registro de conhecimentos – observar a evolução dos conhecimentos e os pontos de interesse das crianças.  
·                     Imagens /vídeos e álbuns de colagem do projeto – possibilitar contato com a diversidade mundial, dando um enfoque mais abrangente dos assuntos, pesquisar com as crianças figuras pertinentes aos assuntos formando um álbum de descobertas do projeto.  
·                     Caixa surpresa  - Serve como facilitadora dos direcionamentos do dia e ou dos conteúdos de forma lúdica e prazerosa.
·                     Projeto Literatura – estimular o gosto pela leitura e investigação, utilizar o pequeno príncipe como eixo de encantamento.
·                     Horta e Alimentação saudável  - Ressaltar a importancia dos alimentos para a energia vital do nosso corpo. A vida. Buscar estimular o interesse das crianças partindo de suas próprias experiências e ampliando-as por meio de vivências e contato real. Estimular alternativas que dispensam o processo de industrialização, valorizando aspectos naturais e simples. Participação de Especialistas – Utilizar a participação de diferentes profissionais que possam contribuir com a pesquisa.
·                     Assembléia de assuntos - na roda com as crianças investigar os assuntos, organizando o que sabíamos e o que aprendemos.
·                     Teatro – Utilizar o teatro para destacar aspectos importantes do projeto como abertura e finalização.
·                     Recursos de encantamento
·                     Saídas de campo – è fundamental para que a criança possa observar uma diversidade de práticas e posturas sobre o assunto pesquisado. È na vida real que ela constrói conhecimentos.
·                     Vida prática – Energias que eu uso – As atividades fixas da rotina pedagógica são enriquecidas com os projetos e no caso deste projeto as rotinas de observar a natureza e seus fenômenos.
·                     Intercâmbio com a unidade ambiental - a troca de experiências e o contato com a natureza da unidade ambiental serão fundamentais para o sucesso do projeto.
·                     Entrevistas – Saber como as pessoas pensam ajuda a criança a entender muitas coisas, além de servir de exemplos positivos.
·                     Vivência cotidiana – Criar e recriar a partir de recursos próprio  de uso e produção. Meios de transporte, brinquedos, luz. Água , sol e vento.

Áreas do conhecimento: Utilizar o currículo para realizar atividades e elencar conteúdos conforme o desenvolvimento do projeto. Cada faixa etária de acordo com as orientações do caderno de planejamento.




Materiais que devem ser organizados.



·                     Livros específicos com o seu foco de intenção

·                     Fantoches

·                     Fantasias

·                     Caixa surpresa

·                     Livros científicos

·                     Musicas

·                     Materiais de artes

·                     Maquina fotográfica

·                     Som

·                     Pastas portfólio

·                     Sid Cientista

·                     Imagens





Fontes para consulta



·                     Coleção “O mundinho” Ingrid Bi

·                     Os fazeres da educação infantil

·                     Educação infantil pra que te quero?

·                     O poder dos projetos

·                     Documentação

·                     Fenômenos da natureza

·                     Portal UNESCO

·                     Psicomovimentar

·                     Energia solar

·                     Hidrelétrica

·                     A força e o movimento

sábado, 19 de maio de 2012

Para meus colegas Pós modernos...

O filósofo francês Jean-François Lyotard (1924-1998) definiu o pós-moderno como "a incredulidade em relação às metanarrativas" (em sua obra A condição pós-moderna). Com isso, ele queria dizer que a experiência da pós-modernidade decorreria da perda de nossas crenças em visões totalizantes da história, que prescreviam regras de conduta política e ética para toda a humanidade.

Falsos consensos universais

Um exemplo de metanarrativa é a filosofia iluminista, que acreditava que a razão e seus produtos - o progresso científico e a tecnologia - levariam o homem à felicidade, emancipando a humanidade dos dogmas, mitos e superstições dos povos primitivos.

O marxismo é outro exemplo de metanarrativa. Para os marxistas, a história era impulsionada pelo confronto entre duas classes contraditórias, a burguesia e o proletariado, que resultaria, ao fim da revolução do proletariado, numa sociedade sem classes, de plena liberdade e igualdade: o comunismo.
A história, porém, mostrou que, na prática, tais teorias não funcionaram conforme o previsto. Ao mesmo tempo em que a razão e a ciência melhoraram as condições de vida das pessoas, promovendo a cura para as doenças e a alfabetização em larga escala, também deram ao homem o poder de produzir armas de destruição em massa, como a bomba atômica lançada em Hiroshima em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, além de provocar mudanças climáticas causadas pela poluição nas grandes cidades, e que hoje ameaçam a sobrevivência da espécie humana.
O marxismo, por sua vez, quando confrontado com a realidade, ao invés do prometido "paraíso na terra", trouxe regimes totalitários para países como Rússia, China e Cuba, cujo povo sofreu - em alguns casos, sofre até hoje - com restrições às liberdades civis e violações dos direitos humanos (que não são exclusivas de países comunistas, como demonstra a história recente dos EUA e mesmo do Brasil).
Por esta razão, criou-se um clima de desconfiança em relação a qualquer discurso que proponha formar consensos universais, ou seja, projetos coletivos que visem "mudar o mundo". Cria-se, assim, um ambiente para o pós-modernismo. Como na letra de Ideologia, música de Cazuza, que retrata bem esse clima:

Meu partido

É um coração partido

E as ilusões

Estão todas perdidas

Os meus sonhos

Foram todos vendidos

Tão barato

Que eu nem acredito

Ah! Eu nem acredito...

(...)

Pois aquele garoto

Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo

Agora assiste a tudo

Em cima do muro

Em cima do muro...



Meus heróis

Morreram de overdose

Meus inimigos

Estão no poder

Ideologia!

Eu quero uma pra viver

O saber pós-moderno

Se as grandes narrativas que mobilizaram a humanidade foram abandonadas, surge, entre outros problemas, o de como justificar o saber na sociedade contemporânea. Por "saber", Lyotard entende um conjunto de conhecimentos que autoriza a determinada pessoa (cientista, juiz, filósofo, artista, etc.) emitir juízos de verdade, moral e estética, isto é, dizer que isto é certo ou errado, bom ou mal, feio ou bonito.



A questão é que não há mais um acordo em comum sobre esses valores. Ou, nas palavras do filósofo francês, não há mais uma metanarrativa que torne os discursos aceitos por todas as culturas. Para a civilização ocidental, fundada em ideais como a democracia, a liberdade e os direitos individuais, esse relativismo representa um sério risco.



Mas Lyotard também não aceita uma continuidade do projeto de modernidade que se assente sobre o diálogo livre de coerções, como quer Habermas, pois vê nisso um retorno à metanarrativa iluminista (ver o texto "Habermas, Apel e a ética da linguagem"). O que fazer?





Performance

Lyotard baseia-se no conceito de jogos de linguagem, de Wittgenstein (ver o artigo "Filosofia pós-moderna - Heidegger e Wittgenstein") para afirmar que a legitimação dos saberes só pode ser local e contextual. Assim como a linguagem só adquire sentido quando usada, isto é, quando se torna um "lance" em um jogo específico, os saberes também, para Lyotard, são justificados por consensos provisórios e parciais.



Este problema de legitimação apareceu, por exemplo, no recente debate ético a respeito do uso de células-tronco embrionárias pela ciência. Para o Iluminismo, bastava seguir a razão, não a fé religiosa, que estaríamos agindo da maneira correta. Como fica quando a ciência não tem mais um meta-discurso por meio do qual justifique seus experimentos? E mais: como saber se uma teoria é válida ou não?



O que nos resta como parâmetro, segundo Lyotard, é sua performance, isto é, a eficácia que tem a teoria. Bom é o saber que produz os melhores resultados.



Neste ponto de vista, espera-se menos que as experiências realizadas no LHC - Grande Colisor de Hádrons (na sigla em inglês), localizado na fronteira entre a Suíça e a França, revelem uma suposta essência do universo do que produzam resultados concretos que justifiquem o investimento bilionário no projeto.





Paralogia

Mas a pura performance reduz a ciência ao seu aspecto industrial, comercial e lucrativo. Lyotard busca então uma alternativa em um dos aspectos mais positivos da pós-modernidade: o reconhecimento e o convívio harmonioso com as diferenças.



No campo dos saberes, o reconhecimento das diferenças passa pelo que ele chama de paralogia, que significa que um bom saber é aquele que percebe "anomalias" e constrói novos conceitos. O que legitima o saber seria seu aspecto mais criativo, digamos assim. Descobrir, em uma infinidade de informações que bombardeiam a todo instante nossos sentidos, aquelas que são relevantes e se tornarão conhecimento. Alguém aí pensou na internet?
Sugestão de leitura

LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. São Paulo: José Olympio, 2002.



domingo, 25 de março de 2012

A crise ....





Escrevo aqui para socializar e para sempre tirar algo de bom dos momentos de crise...



Ressalto aqui os estágios do desenvolvimento psicológico segundo a psicologia sociohistórica, a transição de uma etapa de desenvolvimento infantil para outra é caracterizada por crises. Estas surgem no limite entre duas idades e asinalam o fim de uma etapa precedente do desenvolvimento e o começo do seguinte.



Ao abordarmos a questão da atividade principal e do seu significado
para o desenvolvimento da criança em determinado período
não queremos dizer que, simultaneamente, não exista nenhum desenvolvimento
em outras direções. Para Elkonin (1987, p. 122) as atividades
da criança são variadas e “(...) seu surgimento e conversão em
atividade principal não eliminam as existentes anteriormente, senão
que só mudam seu lugar no sistema geral de relações da criança com
a realidade, as quais se tornam mais ricas”. A transição de uma etapa
de desenvolvimento infantil para outra é caracterizada por crises. Estas
surgem no limite entre duas idades e assinalam o fim de uma etapa
precedente de desenvolvimento e o começo da seguinte.
Vygotski (1996) identificou as seguintes crises: crises pós-natal
– primeiro ano (2 meses-1 ano); crise de 1 ano – infância precoce (1
ano-3 anos); crise de 3 anos – idade pré-escolar (3 anos-7 anos); crise
dos 7 anos – idade escolar (8 anos-12 anos); crise dos 13 anos – puberdade
(14 anos-18 anos); e crise dos 17 anos. Nesses períodos de
crise – que podem durar vários meses, um ano, dois ao máximo – produzem-
se mudanças bruscas, rupturas na personalidade da criança.
Conforme Vygotski (idem, ibid., p. 256-257), algumas característi74
Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 64-81, abril 2004
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A periodização do desenvolvimento psicológico individual na perspectiva...
cas estão presentes nesses períodos: 1a.) os limites entre o começo e o
final da crise e as idades contíguas são totalmente indefinidas – as
crises originam-se de forma imperceptível e é difícil determinar o
momento de seu começo e fim; 2a) um grande número de crianças
que vivem essa fase são difíceis de educar, elas podem ter conflitos
com outras pessoas e consigo mesmas, no entanto não é sempre assim,
pois os períodos críticos são distintos em diferentes crianças; 3a)
o negativismo é uma característica marcante. Esses períodos, portanto,
são caracterizados por uma atitude de negativismo com relação às
exigências antes cumpridas: as crianças tornam-se desobedientes, caprichosas,
contestadoras, e, muitas vezes, entram em conflito com os
adultos que as cercam, geralmente com os pais e professores.
Bozhóvich (1987, p. 255) reforça essa idéia afirmando que todas as
peculiaridades das crianças que vivem um período crítico indicam
frustração, que surge como uma resposta à privação de algumas necessidades
essenciais ao sujeito. Portanto, o autor conclui que essa reação
de frustração ocorre quando as crianças não satisfazem suas necessidades
ou quando, inclusive, reprimem ativamente aquelas novas
necessidades que surgem no final de cada etapa de desenvolvimento.
No desenvolvimento de períodos críticos, com relação aos períodos
estáveis, “(...) passam ao primeiro plano os processos de extinção
e retirada, decomposição e desintegração de tudo que se havia formado
na etapa anterior e caracterizava a criança de dita idade. A criança
perde o que já tinha conseguido antes de adquirir algo novo”
(Vygotski, 1996, p. 257). Ela perde os interesses que ultimamente
ocupavam a maior parte de seu tempo e atenção, e agora é como se
houvesse um esvaziamento das formas de suas relações externas, assim
como de sua vida interior.
Os períodos de crise que se intercalam entre os estáveis, “(...)
configuram os pontos críticos, de mudança no desenvolvimento, confirmando
uma vez mais que o desenvolvimento da criança é um processo
dialético em que a passagem de um estágio a outro não se realiza
pela via evolutiva, senão revolucionária” (idem, ibid., p. 258). As
crises mostram a necessidade interna das mudanças de estágios, da
passagem de um estágio a outro, pois surge uma contradição aberta
entre o modo de vida da criança e as suas possibilidades que já superaram
esse modo de vida. No entanto, de acordo com Leontiev
(1998a), essas crises não são inevitáveis: o que são inevitáveis são os
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Marilda Gonçalves Dias Facci
momentos críticos, a ruptura, as mudanças qualitativas no desenvolvimento.
É por isso, segundo Leontiev (1978), que atividade se reorganiza.
As necessidades internas e externas levam a criança a mudar
de interesse, a formarem-se novas atividades dominantes, num processo
dialético entre o “velho” e o “novo” em termos de capacidades,
habilidades, aspirações e formações psicológicas. Utilizando, neste aspecto,
as palavras de Davidov (1988), podemos dizer que o que era
uma atividade principal, na passagem de um estágio para outro, torna-
se “latente”, exercendo uma influência “subterrânea”.
Para Vygotski (1996) as idades constituem formações globais e
dinâmicas e as estruturas determinam o papel e o peso específico de
cada linha parcial de desenvolvimento. Em cada período de idade não
se modificam, no transcorrer do desenvolvimento, aspectos isolados
da personalidade da criança. A personalidade da criança modifica-se
em sua estrutura interna como um todo e as leis que regulam esse
todo determinam a dinâmica de cada uma de suas partes. Por esse
motivo, em cada etapa de idade encontramos sempre uma nova formação
central (ou neoformação) que funciona como uma espécie de
guia para todo o processo de desenvolvimento que caracteriza a reorganização
de toda a personalidade da criança sobre uma base nova. A
estrutura de cada idade anterior transforma-se em uma nova que surge
e se desenvolve à medida que ocorre o desenvolvimento da criança.
Para entender essa estrutura é fundamental levar em consideração que
a relação entre o todo e a parte é uma relação dinâmica que determina
as mudanças e o desenvolvimento tanto do todo como das partes.
Por meio de suas pesquisas Vygotski (1996), concluiu que, na
análise da evolução do desenvolvimento infantil, é preciso, pois: 1º) estudar
a dinâmica da idade para esclarecer como a situação social influencia
nas novas estruturas da consciência da criança nos diversos períodos
evolutivos; 2º) estudar a origem ou gênese das novas formações
centrais de determinada idade; 3º) estudar as conseqüências advindas
dessas novas estruturas de idades, pois a nova estrutura da consciência
adquirida significa que a criança percebe distintas maneiras em sua vida
interior, assim como o mecanismo interno de suas funções psíquicas; e
4º) observar, além das transformações internas, a mudança de comportamento
na relação com outras pessoas, pois essa reestruturação da situação
social de desenvolvimento constitui o conteúdo principal das
idades críticas.















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quinta-feira, 22 de março de 2012

Reggio Emilia 2012

Mestrado em História da Educação




O mestrado em história da educação está me levando para um "mundo estrangeiro" como diz o meu maravilhoso professor Dr. Norberto Dallabrida. Estou tão feliz e encantada com todo o conhecimento que estou adquirindo que quero compartilhar com vocês uma leitura que relaciona a atualidade com o passado. Será? Estamos lendo VIGIAR E PUNIR - Foucault.

SEGUNDA-FEIRA, 12 DE MARÇO DE 2012
Bruxas se diziam cristãs puríssimas e hoje são chamadas de místicas

Título original: Domingão no parque em 1310 por Luiz Felipe Pondé para Folha


Uma das coisas que mais me espantam é o encanto que muita gente alimenta pelos hereges medievais, associado à quase total ignorância sobre suas heresias. Confundem-se manias "teenagers" com heresias sérias.Faça uma "regressão para vidas passadas" em alguém e verá que ela foi uma bruxa queimada na Idade Média ou algo semelhante. E ela acha isso chique porque pensa nessa "bruxa" queimando sutiã em Paris no século 14.Não conheço ninguém que tenha sido uma aborígene insignificante (sem querer ofender os aborígenes, é claro, trata-se de uma cultura sem a qual o mundo não sobreviveria).Coitadas dessas "bruxas". Para começar, pelo menos no universo entre o que chamamos hoje de França, Bélgica, Holanda e Alemanha (região do rio Reno), entre os séculos 13 e 15, essas mulheres não se diziam bruxas, mas sim cristãs puríssimas.O famoso livro "Martelo das Bruxas" (Malleus Maleficarum, para os íntimos), escrito no século 15, era um manual para "lidar" com essas cristãs "béguines" (termo sem tradução decente em português porque chamá-las de "beatas" é maldade).Quando você ouvir alguém se referir a essas mulheres como "bruxas", tenha certeza de que ele não sabe do que está falando. Caras como os que escreveram o "Malleus" é que chamavam essas mulheres de bruxas. Elas falavam de Deus, de caridade, de amor, de conhecimento "direto de Deus" e seus desdobramentos (aqui residia o principal problema). A partir do século 17, mais ou menos, passamos a chamar essas mulheres de místicas.Anos atrás, comecei a pesquisar alguns textos dessas místicas medievais. Interessava-me o fato de que muitas delas tinham sido consideradas hereges.Entre 1994 e 2003, entre Paris e Marburg (Alemanha), me dediquei a duas delas mais cuidadosamente, Marguerite Porete e Mechthild von Magdeburg.A primeira foi queimada como herege em 11 de junho de 1310, em Paris, place de la Grève (reza a lenda que não deu um pio enquanto ardia na fogueira). A segunda morreu uma morte razoavelmente tranquila em alguma data desconhecida entre 1282 e 1294, num mosteiro, apesar de ter passado por apuros com a Inquisição e de ter sido ajudada, pelo que parece, por um amigo ou primo abade poderoso da região.O título do livro queimado com a Porete é Le Miroir des Simples Âmes Anéantis (o espelho das almas simples e nadificadas). Já o da alemã que escapou do pior é Das fliessende Licht der Gottheit (a luz fluente da deidade).Ambos trazem a marca dos excessos dessa escola mística chamada de renana: elas e Deus são da mesma substância, de onde se deduz, entre outras coisas, que elas não precisavam seguir códigos morais exteriores como os que não sabiam o que elas sabiam.Elas ("almas liberadas", "nadas divinos") eram sem "matéria de criatura", logo, Deus. A Igreja e (quase) todo mundo via nisso simples soberba desmedida.A esse "erro de doutrina", o Concílio de Viena de 1313, sobre essas "béguines", chamou de "confusão de substâncias".Se recuperarmos o que nos diz o grande historiador Huizinga em seu "Outono da Idade Média" (ed. Cosac Naify), a execução desses hereges era um "domingão no parque".As famílias iam com seu ovo duro, suas músicas prediletas (estou fazendo uma adaptação irônica do texto de Huizinga aos dias atuais), seus cachorros, e faziam tai chi enquanto esperavam a criminosa chegar. Os homens comparavam seus cavalos ou carroças e as mulheres se vangloriavam, em silêncio, por seus belos seios e belas pernas. As feias, como sempre, ficavam bravas com o sorriso seguro das mais graciosas.Mas o melhor mesmo era o interesse das crianças e os tomates podres que seus pais davam para elas para que brincassem de jogá-los nos hereges. Alguns pais se emocionavam com a precisão de alguns de seus pequenos príncipes.Herege, hoje, é chique, mas lá, você estaria jogando pedra nela como numa "Geni". Você a veria como se vê hoje um pedófilo, um reacionário, um capitalista porco, enfim, um desgraçado, uma prostituta, que todo mundo diz que é "bonitinha", mas todo mundo detesta (menos os consumidores).





Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/03/bruxas-se-diziam-cristas-purissimas-e.html#ixzz1pgTaspbP Reprodução deste texto só poderá ser feita com o crédito e link da origem.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Enfim...o fim do ano...







Pois é, estive sumida do meu blog e das ações de reflexões...não gostaria de terminar o ano...o ciclo sem escrever algumas palavras. O ano depois de setembro acabou com o meu tempo, as avaliações, o fim do projeto da floresta encantada, a minha nova turma de Pedagogia e a intensa preparação para deixar de ser aluna especial e finalmente me tornar REGULAR no mestrado me deixaram completamente sem tempo e sem forças para PENSAR...ironicamente a minha dica mais forte neste blog, mas isto só mostra que sou humana e fraca no que se refere tempo, freio e capacidade de izer NÃO, agora eu não posso. Apesar do fim do ano atribulado o ano foi fantástico as forças dirigidas para o mestrado deram certo e agora eu tenho um orientador todinho meu sim ele me escolheu Professor Dr. Celso UDESC um verdadeiro mestre no assunto filosofia na educação e está será minha pesquisa " Mudanças curiculares: uma análise do projeto educação para o pensar da rede minicipal de ensino em São josé", não preciso dizer que estou em extase ainda!!! Ganhei dois afilhados e uma sobrinha. O projeto floresta encantada foi um sucesso meus pequenos adoraram os SMURFS seres encantados da floresta, dançaram lindamente e confirmaram nossas teses sobre participação e autoria nos projetos deram aula sobre a lua e as estrelas e fascinaram as professoras...eu amei!Meu filho lindo virou um tucano dançante e entres idas e vindas preocupantes o segundo ano terminou e agora ele vai para o terceiro. Minhas novas alunas do curso Universidade Aberta do Brasil - Udesc são aplicadissimas...que venha 2012!