quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Fita verde no cabelo...Contribuição Luana Borba

"HAVIA UMA ALDEIA em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, meninos e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficientemente, menos uma menininha, a que por enquanto. Aquela um dia, saiu de lá, com uma fita verde inventada no cabelo.
Sua mãe mandara-a com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia. Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continuava doce em calda, e o cesto estava vazio, que para buscar franboesa.
Daí, que, indo no atravessar o bosque, viu só os lenhadores que por lá lenhavam, mas o lobo nenhum, desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo. Então, ela mesma era quem se dizia: “Vou à vovó com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou.” A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente vê que não são.
E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso. Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra, também vindo-lhe correndo em pós. Divertia-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão, e com ignorar se cada uma em seu lugar as plebéinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto por elas passa. Vinha sobejamente. Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela toque, toque, bateu:
- Quem é?
- Sou eu... – Fita- Verde descansou a voz – Sou sua linda netinha, com cesto e pote, com fita verde no cabelo, que a mamãe me mandou.
Vai, a avó, difícil disse:
- Puxa i ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus te abençoe.
Fita-Verde assim fez, e entrou e olhou.
A avó estava na cama rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco assim, de ter apanhado um defluxo. Dizendo:
- Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo.
Mas agora Fita-Verde se assustava além de entristecer-se de ver que perdera sua grande fita verde no cabelo atada, e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou:
- Vovozinha, que braços tão magros os seus, e que mãos tão tremenstes!
- É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta... – a avó murmurou.
- Vovozinha, mas que lábios tão arrocheados!
- É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta...- a avó suspirou.
- Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado e pálido?
- É porque já não te estou vendo, nunca mais, minha netinha... – avó ainda gemeu.
Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez...
Gritou:- Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!
Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão repentino corpo".

(ROSA, Guimarães in Fita Verde no Cabelo)


Motivo do nome (do blog): "(...) Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez...Gritou: - Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!" Com uma leitura cuidadosa e degustativa, apenas desse pequeno trecho que adoro, é possível perceber a força que tem essa última frase...nos últimos anos e nos últimos meses e dias, ela têm ecoado, volta e meia. Em momentos de solidão, me lembro da menina desesperada e assutada diante da morte, diante da morte da avó e repito baixinho "vovozinha, eu tenho medo do Lobo". Talvez esse lobo seja um ser camaleão...ora solidão, ora tristeza, ora maturidade. Medo de ficar sozinha, medo de ser triste, medo de amadurecer. Porque a solidão traz a certeza de que há momentos que só você mesmo pode te escutar e dar conselhos, só você pode ser seu amigo verdadeiro...isso dá medo. Porque a tristeza por vezes vem acompanhada de inércia. Isso dá medo. Porque a maturidade só acontece com aprendizado e dor. Lágrimas que semeiam o solo, diria uma amiga-irmã.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Este video tem a minha contribuição!

Nos três primeiros anos de vida muitas das conexões do cérebro são formadas. E os estímulos que a criança recebe nesse período vão determinar quem ela será no futuro.

A reportagem conta com a participação de especialistas que abordam pesquisas cientificas sobre os estímulos recebidos na primeira infância e como isto influência no desenvolvimento do cérebro como um todo e para toda uma vida.

http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1036784-16022,00-ESTIMULOS+AJUDAM+NO+DESENVOLVIMENTO+DA+CRIANCA.html

Série Primeiros Passos Jornal Hoje http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,LS0-16028-61738,00.html


Mesmo participando de algo que já havia feito muitas vezes, participar nacionalmente me fez rever assuntos e sistematizar conhecimento.Reavaliar pontos pensando sempre em melhorar. Uma espécie de avaliação da prática...foi e esta sendo muito bom participar da série...acompanhe pela internet as gravações no site do jornal hoje - séries especiais...Primeiros passos

Começa assim: o bebê chora e os pais cedem à tentação de oferecer a chupeta para acalmar a criança. Depois, vem a mamadeira que substitui o peito da mãe. O problema é a etapa seguinte: convencer os filhos a abandonar tudo isso.
Rafaela nem nasceu e já ganhou chupeta. No chá de bebê, a mamadeira foi presente da vovó. “Acalma o bebê e ajuda na hora de dar a alimentação para a criança”, diz a avó, Dulcemar Pacheco. A mãe, a supervisora educacional Fernanda Furtado, faz uma ressalva: “Só não queria que você desse até os 7 anos de idade, como fez comigo!”.
Fernanda tem medo que a filha sofra com problemas que ela mesma já enfrentou: “Tive problemas respiratórios, na arcada dentária...”, ela lembra.
O melhor mesmo é não usar nem uma nem outra. “A chupeta e a mamadeira desencorajam o bebê a sugar no peito”, explica o pediatra Remaclo Fischer. A criança tem que fazer mais esforço para tomar o leite no peito, e com isso ela começa a querer mais mamadeira. “A mamadeira é uma causa de abandono ao aleitamento materno”, alerta o médico.
A empresária Jeane Moura diz que nunca gostou da idéia de dar mamadeira ou chupeta para o filho, mas não conseguiu evitar: “Eu era contra, até chorei quando dei a chupeta para ele. Na maternidade, ele não parava de chorar e minha mãe falou: ‘olha, acho que a única solução é um bico’”.
Hoje, Davi está com 2 anos e meio e tem uma coleção de chupetas. “Ele tem umas 20 chupetas, uma em cada canto da casa, exatamente para a gente não estar numa situação em que ele chora e não tem nenhuma perto. A gente já passou muito por isso”, explica Jeane.
Para a criança que ainda mama no peito, é mais fácil ficar longe da chupeta. “A grande maioria dos bebês não precisa de chupeta. Só o fato de a mãe amamentar no peito já satisfaz 100% a necessidade de sucção do bebê”, afirma o médico pediatra Cecim El Achkar.
Pesquisas mostram que 70% das mães usam a chupeta para tentar tranqüilizar o filho, mas é preciso tomar cuidado. Para tomar esta decisão, é preciso observar o comportamento da criança. “Em situações em que a criança chora muito, mama com muita freqüência e em que exista uma dificuldade imensa em consolar o choro, eventualmente a chupeta pode ser utilizada. Mas em um tempo muito curto”, reforça Remaclo Fischer. Neste caso, é preciso escolher com atenção. O modelo anatômico, que segue o formato da boca, é o mais indicado.
Só não se pode mesmo banalizar o uso da chupeta. O resultado do exagero aparece com o tempo: “O principal deles é a mordida aberta, onde fica um espaço entre os dentes superiores e inferiores, um buraquinho com o formato normalmente da chupeta”, explica a ortodentista Alicéia Locks Menezes. “Mas pode causar inclusive problemas respiratórios, porque a criança passa a respirar pela boca”.
Para os pais que não conseguiram evitar, o melhor é tirar a chupeta do filho o mais cedo possível. Geralmente, entre oito meses e 1 ano de idade começam a aparecer os primeiros dentinhos da criança; é o momento ideal para dar adeus ao bico. “Os pais devem eleger alguns horários para a retirada. Por exemplo: dar a chupeta só para o bebê dormir”, ensina a pedagoga Karine Rodrigues Ramos.
Quem usa mamadeira também deve parar nessa fase. Mamar na hora de dormir pode estragar o sorriso da criança. “O leite fica o leite parado em torno dos dentes, principalmente os superiores e daí acontece a cárie. É uma cárie muito aguda, muito rápida, que destrói completamente os dentes e dá muita dor”, alerta a ortodentista Menezes.
Criar os filhos sem mamadeira e sem chupeta pode parecer difícil para muita gente, mas a analista de sistemas Gicele Vieira da Cunha e o marido são um exemplo de que isso é possível. Vítor já tem 4 anos e acha estranho quando vê outra criança de chupeta na boca.
A irmã de Vitor, aos oito meses, também nunca usou chupeta e só mama no peito. Trabalhar o dia inteiro não foi desculpa para dar a mamadeira: Gicele oferece o seio pela manhã e à noite. Os especialistas dizem que é o suficiente; nessa idade, a criança não precisa de outro leite – basta complementar a alimentação com frutas e papinha durante o dia.
E quando a menina chora? Aí, os pais buscam respostas para atender a filha. “Nós damos colo, atenção, a gente vê se não é a fralda ou a fome, né?”, explica Gicele. Muitas vezes a solução é mais simples do que se pensa.

sábado, 22 de agosto de 2009

Desfralde...


O controle das fezes e da urina talvez seja uma das primeiras cobranças externas de socialização, constituindo - se em momentos de muita ansiedade para os adultos, que, por vezes obrigam as crianças a permanecerem longos períodos no penico até que façam suas necessidades fisiológicas. É preciso lembrar mais uma vez que não devemos estabelecer uma idade rígida para que isto se dê. Geralmente a capacidade de controlar o xixi e o cocô começa por volta dos dois anos, ou mesmo antes, para algumas crianças.
Cabe à escola estabelecer algumas combinações com a família para a tirada da fralda e a introdução do uso do penico, pois o ideal é que isto se dê de forma conjugada - tanto na escola quanto na família.
· Tirar a fralda no final de semana e fazer um relatório dos horários observados durante estes dois dias.
· Uma vez retirada a fralda, independentemente do local onde a criança vá o uso da fralda é proibido, pois isto pode confundir a criança.
È preciso ter cuidado em colocar as crianças por muito tempo no penico, ou brigar com ela, expondo-as até mesmo ao ridículo pelo fato de não terem conseguido se controlar, pode ser considerado maus tratos.
Esta atitude de incompreensão e intolerância do adulto pode trazer sérias conseqüências de ordem psicológica para a criança.
Em alguns casos há uma inibição não só pela recusa de ir ao banheiro, ou a criança ficar por dias sem fazer suas necessidades, não querendo passar de novo por alguma situação constrangedora.
Na fase de adaptação ao penico é bom que os pais deixem a criança a vontade para, até mesmo, utilizar o vaso sanitário se a criança assim desejar.
É comum também que a criança se esqueça ou não tenha tempo de correr até o penico. Quando isto ocorre, cocô ou xixi é feito na roupa mesmo. Mas nada de bronca porque isso é super normal, por este motivo os pais devem estar preparados com várias roupas quando saírem de casa ou quando a criança for para a escola.
Por volta dos dois anos e meio, a criança começa a fazer uso regularmente do penico, pois é nesta fase aproximadamente que a fala e a conduta representativa ( função simbólica )confirmam uma nova relação com o real, que emancipará a inteligência no quadro perceptivo mais imediato.
Ou seja, ao falarmos a palavra xixi ou cocô a criança reconhecerá imediatamente do que se trata, sem que precisemos mostrar o objeto a ela.
Mas qual será o melhor momento de apresentá-lo ao vaso sanitário? Os especialistas recomendam que, semanas após o início do desfralde, os pais comecem a explorar o vaso.
Pela altura procure improvisar um degrau e fique sempre por perto para que a criança não tenha medo de cai.
O importante é que os pais não imponham que transformem esta atividade em um momento de descoberta para a criança.
A ansiedade dos pais com relação a retirada das fraldas da criança pode ser encarada, pela criança, como uma tentativa de pressioná-la e isso, geralmente, causa um retrocesso no processo. O melhor é não pressionar pois quanto mais se exige da criança, mais fixada ela fica nesta fase, não conseguindo fazer a transição.
Dicas :
· Quando os pais sabem quais os horários em que a criança costuma fazer suas necessidades, fica mais fácil para deixá-la mais a vontade para utilizar o penico.
· Fique sempre por perto, e explique pausadamente, com tranqüilidade.
· Se a criança quiser dar descarga não hesite. Será parte do aprendizado.
· Enfoque as vantagens de utilizar o penico. Sem a colaboração da criança, fica impossível. È preciso estimula – lá a perceber que este é um passo importante para ela.
· Fisiologicamente, a criança já esta preparada para deixar as fraldas, mas o aspecto emocional deve ser trabalhado, pois ainda é considerada um bebê e, ao mesmo tempo, está entrando na meninice. “ Ela quer as vantagens das duas etapas “.
· Lembre-se até então, existia um tratamento permissivo – o cocô era feito na calça, agora os pais impõem regras e são vistos como pessoas que proíbem, impõem limites, fazer cocô na calça pode representar a agressão aos pais, por isso, deve-se evitar usar braço de ferro com a criança para que ela utilize o penico.

Karine Rodrigues Ramos.
Especialista em educação infantil.
Fonte Sônia Kramer
Livro Educação Infantil pra que te quero?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

É tudo de bom...


Septiembre 2009
III Seminario Internacional de Educación
"Niños, espacios y relaciones: Diálogo entre Arquitectura y Pedagogía"
Con la presencia de colegas de Reggio Emilia: Paola Cavazzoni (pedagogista), Francesca Bianchi (pedagogista) y Carlo Margini (arquitecto).
Viernes 4 y Sábado 5

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Crianças observam, crianças fazem...

Passeando pelos corredores do CAIC ( Escola Municipal) me deparei com a frase " Estamos tão preocupados em deixar um planeta melhor para nossos filhos que não paramos para pensar se estamos deixando filhos melhores para o planeta" e tal frase me remeteu a este filme, tão pesado e tão real ao mesmo tempo....PENSE.

Relato viagem de estudo Aletheia - Buenos Aires


Esta viagem foi maravilhosa estavamos em seis colegas mas como não sei se todas gostariam de participar desta troca de experiência, utilizo fotos das que sei que querem!
Viagem de estudo
Buenos Aires
Agosto de 2008
Equipe Pedagógica - AAdicionar imagemlexsandra, Fátima e Karine.

Conhecer Aletheia é realizar um sonho ou aproximar-se dele, estar o mais próximo possível do que acontece em Reggio foi o maior objetivo nesta viagem de estudos. Visitamos duas escolas bilíngües excelentes com características diferentes, mas com um projeto de trabalho bem definido e funcionando, durante as visitas as crianças fizeram demonstrações de seus trabalhos, falando e cantando em inglês conosco.
Visitamos a Escola Rio de La Plata pela manhã e fomos recebidas pela diretora Mabel Carminati Limongelli, pessoa fantástica receptiva e dona de uma bagagem pedagógica incrível, disposta a socializar saberes forneceu materiais, teias de trabalho em anexo, mostrou sua escola com alegria e dedicação, comentando cada espaço, cada trabalho, fundamentada com projetos e suas evoluções: aplicar, processar e recoletar, inteligências múltiplas para organizar o currículo e biologia da aprendizagem elementos compartilhados com o cérebro durante as estratégias de ensino.
Acreditam que utilizando um fio condutor permite ao aluno uma melhor motivação e associação de conhecimentos possibilitando uma aprendizagem significativa, ou seja, tem um tema central que em 2008 é todos somos artistas – El cenário esta listo, o mesmo tema para bilíngüe e espanhol, o mesmo currículo para bilíngüe e espanhol, e a partir deste tema cada grupo é autor de um projeto especifico.
No Colégio Santa Catarina observamos uma estética tradicional uniformes de gravata e camisa, turmas separadas meninas com meninas, meninos com meninos, cadernos lindos, educação impecável, escola organizada, equipe sintonizada, diretora sabia tudo que estava acontecendo em todos os momentos, crianças caminhando, silencio nos corredores, exigência elevada com a disciplina com direito a anotação no caderninho e tudo. Na educação Infantil cerca de 20 alunos para duas professoras, calmos e centrados na experiência que estavam fazendo.
Chegou o dia do nosso encontro com Aletheia, chegamos cedo e fomos recebidas pela diretora Anna Tomassini, muito carismática e receptiva encaminhou nossas inscrições e logo a porta que dava acesso as salas se abriram, no hall de convivência trabalhos artísticos expostos e as salas com portas e janelas de vidro para que pudéssemos observar sem entrar, cada turma tem a sua sala e dentro dela um atelier básico, com um móvel de secar trabalhos, pia e bancada de trabalho, diversidade de materiais, painéis com trabalhos expostos de formas diferentes pindurados com nylon, colados no alto, no baixo, lisos, texturizados e tridimensionais, fotos das crianças realizando os trabalhos e computador.
Os corredores que levam ao parque mais obra de arte, quadros de argila feito pelas crianças, boneco de pano na sacada superior, banheiro infantil, adulto, pirâmide de vidro, parque de plástico com brinquedos devidamente classificados, cozinha, refeitório, parque de madeira rústica, quadra e um laboratório aconchegante com bancada, tapete e almofadas, mesa de luz, retro projetor, microscópio, livros, pia, decorado com um painel lindo composto de fotos das crianças no laboratório. No andar de cima, biblioteca e as salas das turmas de primário.
Muitos foram os aspectos que emocionaram e impressionaram nesta visita, impressionaram pela criatividade e o valor artístico dos trabalhos, a organização da exposição e a estética das obras, a etiqueta de identificação dos trabalhos tinha a foto da obra, o ano, a turma e o projeto, emocionaram por ser um trabalho tão parecido com a prática que aprecio, a exposição, os trabalhos, as salas, o parque, os brinquedos, as fotos das crianças, os informativos enviados as famílias e o valor que todos davam a tudo aquilo.
O encontro com o Dr Alfredo Hoyuelos abordando a política, a estética no pensamento e obra pedagógica de Loris Malaguzzi foi a teoria, a essência e a forma de olhar as coisas, o mundo dentro da proposta de Reggio. A valorização do fator humano, o resgate pela infância e o valor dos sentimentos são a meta para um trabalho de humanização dentro da escola elementos que sustentam a base do trabalho, o sentimento de pertença, a segurança e a confiança da equipe pedagógica e dos pais uns com os outros impulsionam o desenvolvimento, a criatividade e a aprendizagem das crianças e dos adultos pois lá o lema é aprender juntos.
A proposta deve ter valores claros definições ideológicas que proporcione espaços de encontros criando possibilidades culturais, evidenciar a liberdade de apreciar o que se tem e não estimular a comparação com o outro pois isto traz a infelicidade. A confiança mutua e o sentimento de pertença ao grupo são fatores imprescindíveis para que se aprenda junto.
Na escola em geral, construímos muitos muros e poucas pontes.


Idéias que transformam as práticas educativas.

Após a palestra de Alfredo as escolas associadas à redsolare da Argentina mostram as documentações realizadas, de maneira objetiva se focam em um ponto especifico ou em documentar o percurso do projeto.

Documentação 1
Eu e minha sombra: a sombra descoberta por um menino e uma menina durante suas brincadeiras no pátio, fotos revelam as infinitas possibilidades experimentadas pelas crianças durante a descoberta com uma música linda no fundo narrando os fatos: aonde ele vai a sombra vai, nunca me larga, às vezes pequena, às vezes grande etc.... LINDO... Crianças de 1 anos e meio.

Documentação 2
Documentação das observações e expressão realizada com bebês que engatinham. Os bebês foram expostos a um novo piso feito com as fotos de todas as crianças do grupo, durante as observações foi possível documentar as relações de carinho, de descoberta de si na foto e no espelho, manifestações de carinho com beijos, e diversas formas de se observar, as crianças se deitavam sobre as fotos, se viravam para observar-se de vários ângulos e o mais impressionante um dos colegas tinha uma deficiência e uma saúde frágil durante um período ficou afastado da escola, as crianças olhavam para a foto dele como se quisessem matar a saudade, davam beijos e deitavam-se como se quisessem abraçá-lo. LINDO.

Documentação 3
A documentação apresentada com crianças de 2 anos pretendia verificar como as crianças reagiam ao espaço previamente organizado com desafios pelo professor, registrando o valor aos espaços de descobertas. As professoras organizaram túneis com fitas, caminhos diversos, caixas texturizadas, cortinas de fitas e balões nas pontas, sala com vários tecidos pendurados no teto formando um emaranhado etc.... O projeto chamava-se AVENTURAS DIVERSAS e foi documentado da seguinte forma: parte 1 – O que gostam? O que sabem sobre os espaços e de que forma torná-lo desafiador para as crianças. Parte 2 criando desafios, encantando, estimulando, possibilitando novas experiências, inventando espaços diversos.
Parte 3 – momento de reunir materiais, mostrar e refletir sobre o vivido, observar e trocar experiências.

Documentação 4
Crianças de 4 anos projeto se buscam duendes a documentação começa mostrando as fases do projeto primeiro o levantamento feito pelo professora sobre o que sabiam e o que gostariam de saber sobre os duende, depois a investigação coletiva, o encantamento, confirmações cientificas, e embasamento teórico sobre o assunto pesquisado coletivamente, por fim as conclusões do grupo registrando as falas, os trabalhos das crianças, as produções literárias, a participação dos pais na confecção das fantasias de duendes, as falas das crianças sobre o que fariam se fossem duendes, troca de experiência interna e exposição dos trabalhos na seqüência. Com este projeto a professora conseguiu estimular as inteligências múltiplas, contemplar o currículo, ter a participação dos pais, fazer produções literárias e artísticas e só conseguiu tudo isto porque todos participaram do projeto o sentimento de pertença estava intrínseco desde o inicio do projeto. Envolver as crianças de maneira prazerosa possibilitando a todos construir o projeto dando vez e voz de autor e autores esta é a proposta de Reggio que embasada na neurociência acredita que a aprendizagem acontece no cérebro das pessoas a partir de estímulos neurais e na liberdade de apreciar o que se tem e não comparar-se com o outro, confiança mutua no professor e sentimento de pertença ao que se esta fazendo, construindo a idéia e não somente participar dela, aprendendo juntos no caminho,respeitando e responsabilizando os participantes autores e protagonistas do projeto.


Rol do Atelerista - um espaço que inventa...
Quem é o Atelerista? È um professor que......

Valoriza as produções das crianças.
Observa as descobertas
Instiga as crianças a utilizarem várias técnicas, respeitando o tempo de cada uma.
Organiza os espaços e proporciona diversidade de materiais para serem explorados.
Não se preocupa com as manchas, dá o direito para as crianças experimentarem, valoriza as manchas e as misturas.
Entende que quando derrama um copo de tinta ou água, não se levanta é uma nova expressão artística.
Entende que cada traço é traço, pequeno ou grande, não compara, não tenta entender e ou questionar se a criança acabou se quer pintar mais, se ela quiser pinta!
Trabalha a conscientização da importância das crianças experimentarem os materiais e possibilita a participação deles no atelier.
Organiza mesas diversificadas com pequenos grupos.
Tem ética em relação aos trabalhos das crianças sendo fiel a realidade.
Utiliza espaços livres, fechados tem a visão de que todos os espaços podem ter valor artístico e educativo.
Não fazer modelos, não mostrar como se faz deixar as crianças utilizar os recursos propostos a sua maneira.
Deixar o uso dos materiais propostos livre, sem restringir, definir, negar.
Não há obrigações, nem normas, nem horários.
Constrói vinculo ao compartilhar as atividades, em confiar e envolver as crianças criando situações de aprendizagens, dando sentido a as experimentações artísticas das crianças.
Rompe estereotipo.
Esquece o produto final se foca no processo.
Respeita o tempo das crianças que não tem pressa.
Instiga as crianças a pesquisarem os materiais com o corpo. Ex: mãos no óleo e no papel, na mesa, no corpo, no espelho, na cabeça ....
Não pergunta o que é....porque sabe que é tudo e nada ao mesmo tempo, entende que estão investigando a técnica.
Organiza o atelier com materiais concretos para a experimentações serem aplicadas em diferentes formas nas obras realizadas que pode ser: café, escova, tampas, pano, rolhas etc....
Estimula movimentos cromáticos e sensoriais, com rolos, escovas, água, massa, pigmentos diversos, colorantes etc...
Entende que devido a regras e deformações escolar perdemos estes momentos , estas observações por rótulos culturais, por concepções de limpo e sujo tiramos o direito das crianças de experimentarem o todo das coisas. A cultura e o contexto cultural que valoriza o fim “ o produto” e não o caminhar e o sentido e sentimento de pertença nas coisas e no mundo não fazem parte da cultura do atelerista.
Ele não tem medo de equivocar-se experimentar a aventura como oportunidade de aprender junto com as crianças.
Observa as crianças para ampliar o seu repertorio de intervenção.
Documenta o que acontece no atelier aumentando seu rol de possibilidades.
Ele não ensina mas cria condições de aprendizagem.
Adota a política da felicidade em ter no atelier um trabalho que dá sentido a vida dentro e fora da escola beneficiando-se de todos unindo família e escola.


Documentação do Atelerista 0 - 3 anos

A proposta era de construir um Atelier, pintando painéis coletivamente com as famílias em horários que quisessem e pudessem. Cada duas famílias teriam um quadro para produzir e se organizariam para confeccionar, pintar, investigar técnicas, tintas. Nesta investigação e produção desfrutaram de momentos únicos com seus filhos, trocaram experiências com as outras famílias, compartilharam o mesmo pincel, levaram o irmão para ajudar, se ajudaram e finalizaram o trabalho que sozinho não conseguiriam, descobriram que existe momentos em que criança observa e também aprende e em outros participa .
O atelerista possibilitou o espaço e o sentido da ação, a companhia instigou o objetivo do atelier e criou nos pais o sentimento de pertença ao projeto. Os pais terminaram os quadros e a curiosidade dos outros possibilitou uma exposição, uma festa de inauguração, deram entrevistas de como era aprender e pintar quadros com a técnica de pintura a óleo coletivamente, os pediatras ficaram curiosos com as histórias contadas e quando os quadros ficaram prontos também quiseram conferir, por fim decidiram colocar os quadros no refeitório e nos corredores para que todos pudessem ver.
As trocas, as observações o respeito ao tempo de cada um, o compartilhar tempos na vida, envolve e confiam as famílias que valorizam o trabalho da escola e dos professores criando vínculos imensuráveis.
A neurociência comprova que quando as crianças observam, ativam os mesmos neurônios de quem esta fazendo. Portanto mesmo quando não estavam cortando ou pregando os quadros observavam as técnicas utilizadas pelos seus pais e estimulavam os mesmos neurônios em seus cérebros. Aprendendo juntos!!!!

Conclusão
“Passar o dia no Aletheia reforçou minha percepção das idéias de olhar ativo e escuta ativa”

O trabalho desenvolvido na Escola Aletheia tem muitas coisas em comum com o que podemos observar por muitas escolas criativas. Várias características podem ser observadas nos detalhes dos trabalhos, na estética, nas fotos, nos informativos, porém na essência ainda temos um caminho longo a percorrer desafios que não serão obstáculos se conseguirmos percorre - lo unidas aprendendo umas com as outras.
Objetivando uma postura clara sobre o sentido da infância, a forma de conduzir os projetos, a responsabilidade de documentar e acima de tudo a humanização e a ética umas com as outras. Participar de formação docente para que garantir e contemplar as centenas de linguagens e acima de tudo conquistar o direito de ter vez e voz para construir os projetos, estimular o sentimento de pertença nas crianças e nas famílias, valorizar o que se tem ao invés de comparar-se, ser responsável pela organização dos espaços, ser autor e protagonista de seus projetos, aprender em equipe, confiar uns nos outros, potencializar a participação das famílias, respeitar-se e respeitar crianças e adultos igualmente.
Direcionar nossas escutas e nossos olhares para encaminhar projetos ricos. Constatar que os registros, as fotos são parte do processo de construção do conhecimento e não um mero trabalho para expor ou uma prestação de contas entre a Escola e os pais.

sábado, 15 de agosto de 2009

Artigo Pós Graduação - Professoras Poetas que tive o prazer de ensinar e aprender junto!


Resumo:

Este artigo discute a questão da postura de docentes frente a infância e os cuidados dispensados na educação infantil tanto na escola como na família. Abrange os aspectos educacionais para que se trabalhe em sala de aula de uma maneira a respeitar e valorizar a infância. Discute e questiona a forma de como se conduz o trabalho pedagógico realizado na educação infantil especialmente do gestor, supervisor e coordenador no processo de construção de um novo olhar.

Palavras-chave: infância, educação, professores, projeto e brincadeira


[1] Graduada em Pedagogia habilitação educação infantil e series iniciais pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali, aluna do Curso Pedagogia Gestora com Ênfase em Administração, Orientação e Supervisão Escolar da Associação Catarinense de Ensino.
“Lili inventa o mundo do faz de conta
Faz de conta que isto e um avião, Zum...
Depois aterrizou em pique e virou trem
Tu,tu,tu,tu...
Entrou pelo túnel chispando
Mas debaixo da mesa havia bandidos
Pum!Pum! Pum!
O trem descarrilhou. E o mocinho?
Meu Deus!
No auge da confusão levaram Lili para a cama a força.
E o trem ficou tristemente derrubado no chão, fazendo de conta que era
Mesmo uma latinha de sardinha”.
(Mário Quintana)

Trazemos para a abertura deste artigo um dos muitos poemas que expressam a rotina das crianças nas instituições escolares especialmente nas de educação infantil que nos fazem refletir sobre a prática diária dos professores e supervisores destas instituições, uma vez que estes são responsáveis pelo trem que ficou derrubado no chão da sala. Um momento da vida tão singular e plural ao mesmo tempo... ao qual chamamos de infância e que está sob nossos cuidados, nossos olhares ou ao que queremos ver e cuidar.

Frente a esta escolha, decidimos observar este olhar e este cuidar buscando compreender a rotina da escola, mas, acima de tudo, respeitar a criança e sua infância que se revelam nas suas fantasias, imaginações, em suas múltiplas linguagens, em seus constantes movimentos, em suas várias expressões, em suas manifestações espontâneas, em suas criações, suas produções e também recriações e reproduções. É evidente que para sermos parceiros da infância e valorizar este momento com toda a atenção que esta fase merece é preciso estar aberto para quando as crianças estiverem nos mostrando o seu mundo e suas expectativas, alegrias, emoções, brincadeiras, sentimentos, silêncios, choro, olhares, tudo que é representado neste período da vida que só é possível pela inserção do professor nesse mundo inusitado e fantástico, entendendo o que as crianças desejam para si, respeitando seu direito de viver de forma digna e prazerosa.

Podemos defender a educação das crianças pequenas com base no respeito e no comprometimento. Loris Malaguzzi disse que os programas para crianças pequenas distorcem e ultrajam a sua própria natureza quando não mantém uma relação com as famílias, a cultura e os assuntos locais e quando são, de alguma maneira, impedidos de terem um dialogo livre e democrático com o ambiente que operam.
(BAMBINI, 2002,p.158)


Apesar do compromisso com o resultado escolar que a escola prioriza e que, em geral, resulta numa padronização, estão em jogo, na educação infantil, as garantias dos direitos das crianças ao bem-estar, à expressão, ao movimento, à segurança, à brincadeira, à natureza e também ao conhecimento produzido e a produzir. Esse conjunto de relações terá, pois, como objetivo a própria criança, seus processos de constituição como seres humanos em diferentes contextos sociais, sua cultura, suas capacidades intelectuais, criativas, estáticas, expressivas e emocionais.

A critica observada não é negar o contato das crianças com o conhecimento historicamente acumulado pela sociedade, mas sim negar a negação da infância em prol de uma pedagogia desenhada a partir dos fundamentos educacionais do ensino fundamental no sentido de antecipação do processo de escolarização que está falido ou nada traz de aprendizagem significativa para as crianças.

O comportamento e os movimentos sociais dos jovens comprova a falta de respeito a cultura e educação quando temos tanto analfabetos funcionais, tanta violência e diferença social. Exemplos que mostram que a escola não está dando conta de sua função social que é a de ensinar, proporcionar conhecimento científico e tornar o cidadão critico capaz de transformar para melhor a sociedade na qual está inserido, ou seja, a escola está mantendo a sociedade atual.

O rompimento com essa visão de ver e considerar as crianças da educação infantil como alunos se preparando para o ensino fundamental exige uma mudança. É preciso desconstruir e problematizar. Trata-se do nosso não-saber; é preciso desequilibrar-se para que possamos compreender este desafio, reconhecer a criança como potência numa experiência crítica de formação humana, posicionando-a como atriz social, garantindo que ela seja criança e que construa conhecimentos e cultura infantil.
A escola de educação infantil precisa prezar pela aprendizagem, convivência, experiências e trocas culturais; estar aberta a novas experiências e perceber que a pedagogia do rigor, da repetição, do enciclopedismo, do conteudismo, descolados da realidade curiosa e investigativa própria da criança só marginaliza o papel da escola e do professor. Nestes momentos, marcamos as crianças e negamos a elas a possibilidade de transformação social.

A aprendizagem não e um ato cognitivo individual realizado quase em isolamento na cabeça da criança. A aprendizagem e uma atividade cooperativa e comunicativa, na qual as crianças constroem conhecimento, dão significado ao mundo, junto aos adultos e igualmente importante com outras crianças por isso enfatiza que a criança pequena como aprendiz e co-construtor ativo. A aprendizagem não e a transmissão de conhecimentos que conduz a criança a resultados pré – ordenados, nem a criança é um receptor passivo. (DAHLBERG, MOSS E PENCE, 2003, p.72)

Em todas as funções de docentes observadas, professores \supervisores e orientadores, entre outros papéis observados ou os que forão possíveis observar ressaltam o enigma que é a infância e, apesar de observar os diversos papéis sociais que um professor desempenha, ao final deles, ficaram os mesmos questionamentos e as mesmas certezas em relação às crianças e aos professores, ao que queriam e desejavam.


Eu queria uma instituição onde a criança não tivesse que saltar as alegrias da infância, apressando-se, em fatos e pensamentos, ruma a idade adulta, mas que pudesse apreciar em suas especificidades os diferentes momentos de suas idades. (SARMENTO,1999,p. 29)

Alguns destes muitos momentos observados que, nas entrelinhas, fazem pensar nas relações entre infância, educação e pedagogia, “A matéria-prima do educador não e o conhecimento, é a pessoa humana que conhece” (MADALENA,2004,p. 22)

Conceber a criança como uma folha em branco, um vir a ser no mundo, uma tabula rasa, a dar a ela um círculo para colar bolinhas amassadinhas dentro. As crianças falam com olhares, com choros, com mordidas reagem aos espaços que lhe são oferecidos, quer brincar na areia, jogar bola, empurrar o carrinho de bonecas, varrerem a casinha do parque, pintar o rosto e descobrir as cores no espelho; querem um espaço para brincar e, à medida que este espaço é negado reagem negativamente.

É preciso assegurar o direito de brincar, criar,aprender, enfrentando os desafios de pensar a creche, a pré-escola e a escola como instancias de formação cultural, o desafio de pensar as crianças como sujeitos de culturas e historia, como sujeitos sociais. (KRAMER, 2003,p.10)

Ao ler os apontamentos de Sirota (2001, p. 28) “trata-se de compreender aquilo que a criança faz de si e aquilo que se faz dela, e não simplesmente aquilo que as instituições inventam para ela”, esclarece o papel fundamental do professor em direcionar, proporcionar e respeitar a infância destas crianças que fazem parte da sua turma responsabilidade muitas vezes menosprezada quando observamos a formação deste professor e o respeito dispensado a ele por parte dos gestores quando até mesmo a remuneração destes é menor dos que atuam no ensino fundamental e médio.
O professor de educação infantil deve preparar-se para ser um pesquisador capaz de avaliar as muitas formas de aprendizagem que estimula a pratica cotidiana, as interações por ele construidas com crianças e famílias em situações especificas. Ele e alguém cuja riqueza de experiências vividas deve ser integrada ao conjunto de saberes que elabora o seu fazer docente. (ZILMA, 2003, p.06)

Desenvolver um trabalho significativo e comprometido com as prioridades da infância das crianças na escola depende, sobretudo do trabalho escolhido a ser desenvolvido na escola, a “Pedagogia de Projetos” proporciona movimento e flexibilidade entre o cuidar e educar na educação infantil.


A pedagogia de projetos e um dos modos de organizar o ato educativo que indica uma ação concreta,voluntária e consciente que e decidida tendo-se em vista a obtenção de alvo formativo determinado e preciso. E saber partir, na pratica escolar, de uma situação problema global dos fenômenos, da realidade fatual e não da interpretação teórica já sistematizada nas disciplinas.(HERNANDEZ,1998,p.12)


O papel do gestor / supervisora é participar e prezar junto com os professores que a função social da escola seja mantida, mas, acima de tudo, que as crianças tenham infância e direitos, o que a pedagogia de projetos possibilita com facilidade dentro da escola. Durante o desenvolvimento dos projetos, as crianças e os professores estão sempre planejando cooperativa e solidariamente, decidindo caminhos e propondo atividades que “dêem e alimentem“ a temática em torno da qual se concentra o trabalho, prevendo sempre diversas portas abertas de entrada, as quais possibilitam navegar em diversas áreas do conhecimento.

Acreditar nos projetos como uma proposta de trabalho possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo, de cooperação sob uma autoridade mais experiente e de liberdade, momentos de individualidade e de sociabilidade, de interesse e de esforço, de jogo e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do fato educativo.

O papel dos pais é de grande importância para o respeito à infância e a brincadeira observa-se que muitos têm uma concepção escolarizada da educação infantil e insistem em adiantar as crianças, em desrespeitar a infância, em enxergar seus filhos como mini adultos, em ver as outras crianças que não seus filhos como outros, em desvalorizar a brincadeira e o lúdico, em determinar espaços, brincadeiras, comidas, tempo de sono, tempo de brincadeira, tempo de desfralde,uns têm muitas regras, outros não cumprem nenhuma; uns têm tempo demais, outros de menos; alguns têm tempo de qualidade, outros de quantidades etc...

A todos estes o gestor/supervisor desempenha função fundamental pois no dia a dia no contato com a rotina escolar e com a comunidade escolar especialmente, cabe a ele informar e proporcionar momentos de reflexão e aprendizagem tendo em vista garantir os direitos da infância em prol de conscientizar e transformar a forma de ver as crianças e a infância os desafios da educação em geral, e da criança pequena , em particular.


Como garantir que a criança seja criança, construa conhecimentos e a cultura infantil, e aprenda outros conhecimentos, de outras culturas, preparando-se para continuar criando ( sem esconder seu lado criança ) como aluno, como adulto, em um mundo de diversidade, antagonismos e contradições.(FARINA, 2004,p.19)

O objetivo principal nas relações educativas travadas nestes espaços de convívio coletivo neste caso a escola de educação infantil, considera – se a criança e a família como sujeito principal de todo o fazer pedagógico orientando, acalentando, assegurando de acordo com as necessidades e individualidades das crianças.

Olhares de poetas no sentido de ter a sutileza de perceber os detalhes, os momentos importantes da vida questiona - los e com seus versos , o melhor, fazem descobrir respostas nunca pensadas.

Rubem Alves (2002, p. 04): “educador não é aquele que fornece respostas prontas e sim aquele que levanta questionamentos”.

Machado de Assis (2003, p. 118), “A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal” Isto apenas já seria um bom motivo para repensar a educação na sociedade atual, pois mudar a prática educativa implica mudar concepções e enfrentar a roda viva já existente de frente, tirando dela o maior bem que puder, dado à distancia entre o ideal e o real que vivemos hoje, mesmo que tenhamos milhares a desencorajar, pois o que importa é deixar explícito que qualquer aprendiz, seja ele professor, pai, aluno, criança, bebê precisa ser estimulado, incentivado, encorajado.

Afinal, aprender e aproximar-se do novo, do desconhecido, é muito importante e o professor precisa ter olhos e ouvidos de poeta para se tornar um alguém para que as crianças tenham em quem confiar, alguém que diga “vá”, alguém que diga “vem”, ou alguém que seja capaz de dizer “vamos”.

Mas, para isto é preciso ter professores capacitados e comprometidos a função exercida saber de sua potência na vida dos alunos, capaz de olhar e de se fascinar com a vida e com as múltiplas possibilidades que ela apresenta.




Referências
ALVES, Rubem: Se eu pudesse viver minha vida novamente. Campinas, SP, Versus, 2006.

ASSIS, Machado: Dom Casmurro grandes Leituras. Ftd, 2003. SP.

FARINA, Ana Lucia Goulart. Marina Silveira Palhares ( ORGS): Educação Infantil Pos – LDB Rumos e desafios. Florianópolis,SC, editora da UFSC,2001.

FREIRE , Madalena: A paixão de conhecer o mundo. Paz e terra, SP, 2004.


HERNANDES, Fernando: transgressão e mudança na educação. Artmed, Poa, RS, 1998.

KRAMER.Sonia, LEITE,Maria Isabel et al (orgs.) Infância e educação infantil .campinas, SP.Papirus,1999.

LORROSA,Jorge e LARA,Nuria Peres de (orgs) Imagens do outro. Petrópolis, RJ: Vozes,1998.

SARMENTO,Manuel J E Pinto. Manuel.( coord). Saberes sobre as crianças: para uma bibliografia sobre a infância e as crianças em Portugal. Braga, Portugal : Universidade do minho,1999.

SIROTA, Regine Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar.Cadernos de Pesquisa, São Paulo,n 112, pp7-31, mar.2001.

TONUCCI,Francesco. Com olhos de crianças. POA. Artes Medicas, 1997.

TRINDADE, Loretto, AZOILDA, Multiculturalismo mil e uma faces da escola,RJ , DPEA, 2002.

Formatura...


A vida é feita de etapas e se tem uma etapa que deve ser marcada é a da formatura, momento especial que merece ser comemorado. Vencer etapas, subir degraus e comemorar. Vc merece!

Pesquisas comprovam chegar no ensino médio já é difícil, graduar-se então é praticamente um milagre!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cem Linguagens...Um sonho a realizar-se !


As cem linguagens da criança
A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modo de pensar de jogar e de falar. Cem sempre cem modos de escutar, de maravilhar de amar. Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem) mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e de maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Dizem-lhe: de descobrir um mundo que já existe e de cem roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho são coisas que não estão juntas. Dizem-lhe enfim: que as cem não existem. A criança diz: ao contrário, as cem existem.


Poesia de Loris Malaguzzi: Invece il cento c’è publicada in: Edwards, C., Gandin, L. i Forman, G. I cento linguaggi dei bambini. Edizione Junior, Italia, 1995 e recente mente publicada em português pelas Artes Médicas como: As Cem Linguagens da Criança. Com ilustração de TONUCCI, Francesco. Com olhos de criança. (trad. Patrícia Chittoni Ramos). Porto. Alegre: Artes Médicas, 1997

Getúlio Vargas - Magistério

Minha formação como professora começou no magistério e foi lá com aqueles professores inesquecivéis Regina professora de história, Ramirez de didática, Abraão de Filosofia e Vicente de psicologia. A postura destes professores influenciaram na minha formação crítica e ética mais do que isto eles por meio de suas convicções embasadas na politica e na função social da escola que é a de facilitar o conhecimento científico para que assim alunos saiam da alienação e da manipulação da sociedade capitalista da qual estamos inseridos. Foi ali que me tornei adepta da idéia de que somente o conhecimento e a cultura são capazes de uma tranformação social. Entender a história, a construção filosófica dos povos e saber utilizar este conhecimento com competência emocional e psicológica faz toda a diferença!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Contando um pouco de mim...


Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Vale do Itajaí (2007) Pós Graduada pela Associação Catarinense de Ensino com habilitação Pedagogia Gestora com Ênfase em Administração, Orientação e Supervisão escolar. Mestranda na Univille, desenvolvendo pesquisa sobre Espaço e Patrimônio Histórico cultural da primeira infância.
Tem experiência como Professora de educação infantil em instituições privadas e públicas. Atuou como supervisora pedagógica da educação infantil na Escola Dinâmica durante 8 anos, atuando principalmente nos seguintes temas: Projetos educacionais, abordagem Lóris Malaguzzi, Reggio Emilia, Documentação Pedagógica, a importância dos Espaços na Educação Infantil, a criança em foco: individualidades e competências.
Como Orientadora Pedagógica do Colégio Energia em Florianópolis obteve experiência com o ensino fundamental II e Ensino Médio. Acompanhou pais e alunos no processo ensino aprendizagem e desempenho por meio do EVN.
Atualmente é professora do curso de pedagogia lecionando as matérias Fundamentos Filosóficos da educação 1 e 2, Didática do ensino e História da educação.
Atuou também na rede Estadual de Joinville e recentemente retornou para sua Escola de origem( Escola Dinâmica)como Coordenadora Pedagógica da educação infantil na unidade Jurerê.

Como tudo começou...

Só para confirmar a hipótese de Vygotsky sou filha de uma professora. Mas ela conseguiu se formar com muito mais facilidade que eu, outros tempos, outra sociedade e outra classe social extinta na minha geração. Tive que trabalhar muito, pegar muito ônibus, dividir pipoca bilu para tirar xerox, conviver com gente elitista e alienada da sua própria função social. Não foi fácil chegar até aqui! Posso dizer que realizei parte do sonho, ser professora universitária sempre foi meu foco. Quero muito participar da tranformação da educação nem que seja um pouco, abrir novas janelas, pensar...pensar...pensar junto