segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Por uma educação Bilingue...


Estudando a importância da linguagem e do desenvolvimento da mesma na primeira infância. Devemos dar maior atenção para o estímulo de uma segunda língua nesta fase do desenvolvimento cognitivo, pois é nesta fase a maior facilidade de aprendizagem devido à alta produção de neurônios no cérebro infantil. O estímulo de uma segunda língua influenciará todas as demais áreas.

Com base nos apontamentos do pesquisador SCHÜTZ (2003), por razões de ordem biológicas e psicológicas, quanto mais cedo a criança venha a ter o contato com a LI melhor torna-se o ritmo de assimilação da língua alvo.Também de acordo com as teorias do pesquisador BROWN (2001), a linguagem desenvolve-se com mais eficácia durante a infância.
Visitei algumas escolas bilíngües na Argentina e em São Paulo e fiquei impressionada com a fluência e a forma como adquirem a segunda língua. O interesse e a motivação envolvidos pelo lúdico.
A respeito da linguagem, destacamos o pensamento de ORLANDI (2003), o qual nos mostra que ao mesmo tempo em que é constituída, linguagem é um fator importante para o desenvolvimento mental, exercendo uma função organizadora e planejadora do pensamento. Isto nos leva a observar que a linguagem tem uma função social e comunicativa. Ao notarmos as funções que a linguagem possui, de acordo com ORLANDI (2003), fundamentamos que a partir da interação social, da qual a linguagem é expressão fundamental, o sujeito constrói sua própria identidade.

Ainda em conformidade com ORLANDI (2003) e BRANDÃO (2002), podemos ressaltar que através da ação o ser humano tem acesso ao mundo físico-social, e na mesma linha sobre a ação que o ser humano exerce sobre o mundo, pois através da atividade social é que esse mundo será transformado em um significado, em conhecimento e linguagem. Ao adentrarmos nos conceitos de linguagem, com base nas teorias de Lev Vygotsky, podemos notar que a linguagem é ligada ao fator que cada indivíduo possui dentro do seu processo de pensamento. No âmbito do pensamento e da inteligência, o homem utiliza “ferramentas que auxiliam os processos psicológicos da fala, nas ações concretas.” (OLIVEIRA, 1993, p. 30)

De uma forma geral, sem nos adentrarmos em concepções mais profundas a respeito do termo linguagem, podemos concluir que “o ser humano só existe dentro do mundo e o mundo só existe dentro da linguagem”. (ORLANDI, 2002, p. 15).

De experiência própria tive professores tradicionais que não me encantavam para o inglês e isto prejudicou meu empenho em aprender inglês, só depois que me encantei com os alunos argentinos, que assim que souberam que éramos estrangeiras começaram a se utilizar do inglês língua universal para se comunicar, foi então que pensei, puxa isto é maravilhoso! Poder se comunicar com o mundo ou com uma grande parcela dele tendo em vista que mais da metade do planeta é bilíngüe, aprendi em meses o que minha mãe pagou em anos de cursinho. E tudo porque hoje é significativo para mim falar inglês. Percebo que muitas pessoas não sabem da importância de estimular uma segunda língua e às vezes até acham que isto pode prejudicar o desenvolvimento da língua materna. As crianças assimilam uma LE, em particular o Inglês, com maior naturalidade quando começam mais cedo, pois dessa forma poderão dedicar mais tempo ao aprendizado da língua alvo, acumulando um conhecimento maior e mais sólido. Sobre a aprendizagem, OLIVEIRA (1992, p. 33) salienta que “a aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que somente podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas”.

Após uma extensa investigação, iniciada há meio século com seus filhos e outras crianças de seu meio, o psicólogo suíço Jean Piaget percebeu que as crianças possuem uma forma particular de pensar e entender, chegando à formulação teórica do desenvolvimento cognitivo (infantil).

Segundo ele, o Período Operatório Concreto (07 aos 11 anos), é o período onde as palavras tornam-se instrumento do processo do pensamento e a criança torna-se mais comunicativa. Por meio desta concepção da teoria de Piaget, podemos notar uma das razões para o ensino da LI nas séries iniciais do ensino fundamental.

Essas considerações teóricas, no tocante a discussão sobre linguagem e desenvolvimento cognitivo, mostram a capacidade intelectual da criança para aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE), em particular o Inglês.
Fiz um curso todo em inglês com o objetivo de me desafiar, desequilibrar e o resultado foi surpreendente, entendi tudo, mas me senti uma muda pois não conseguia me expressar ou seja meu cérebro não sistematizou os conhecimentos, não ouve aprendizagem e sim fleches de informações baseada em palavras traduzidas descontextualizadas com a minha vida. Magda Soares já fala sobre os analfabetos funcionais do português e eu me senti uma analfabeta funcional do inglês. Estou na luta! E tenho certeza de que vou chegar lá! Mas o meu filho não! Ele será um bilíngüe nato e isto se dá pelo fato de que a educação está cada dia mais buscando conhecimento em outras ciências fazendo trocas com neurologistas que sabem como o cérebro funciona, e sabendo disto as Escolas possibilitam um currículo bilíngüe! Tudo é um começo, um começo em busca do melhor para nossos alunos.

2 comentários:

  1. Em Florianópolis temos a Escola Internacional e a Escola Dinâmica que atualmente firmou parceria com a Universidade do Texas trazendo oportunidade de high School para seus alunos.
    Parabéns Angela e Cida como sempre a frente de seu tempo, puxando o futuro.

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  2. Oi, Karine!

    Estou de olho em seus textos, viu? Volto aqui depois com meus pitacos.

    bjs
    Rita

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