terça-feira, 28 de setembro de 2010

A PROVA ...UMA CULTURA ESCOLAR QUE DÁ MEDO!


Fiquei pensando ....pensando muito antes de escrever este post...queria escrever algo bom mesmo no meio deste bombardeio de sentimentos que estou vivendo, a espera por um resultado em especial de uma prova é aterrorizante e isto é uma cultura que a escola produziu em mim...fico tensa quando sou avaliada, mesmo tendo me preparado, estudado e me esforçado...só eu sei o quanto. Esforço-me há 10 anos para entrar na UDESC e este ano tive o privilegio de ser aluna especial do programa de mestrado e subir as escadas da FAED foi para mim algo emocionante... Após a aula respirei fundo e me belisquei para ter certeza de que era verdade... Sim era verdade... Uma grande amiga me emprestou suas asas e eu voei até a sala de aula. Fiz a prova no domingo para ser aluna regular, li muito, assisti a aulas maravilhosas, comi muita unha, mas ufa... A prova estava digamos BOA, respondi com segurança e consegui manter a tranqüilidade, eu estava feliz e confiante. Mas a ESPERA está me corroendo! Sabe aquela lembrança amarga, desiludida e um pouco sociológica devido ao meu conhecimento sobre como as coisas funcionam para quem veio da escola pública. Parece que nunca fiz o suficiente, que ainda não é possível... Só tenho a dizer que não vou desistir.... Não vou!

Quando penso que meu filho está livre desta cultura de " prova" fico muito feliz e grata a Escola dele. Uma Escola que investe em atividades avaliativas diárias, acompanhamento de desempenho individual e investimento em atividades práticas, espontâneas e criativas. Deixa claro que provas é algo ultrapassado e que existem muitas formas de avaliar um aluno investindo em uma cultura do ser "bom" sempre não somente no dia da prova.

A prova tinha as seguintes questões: + ou - assim:

1. Relacione a pesquisa e o conhecimento com a Escola Contemporânea.
2. Disserte sobre as tendências para a história da educação

Na questão 1 – Escrevi sobre o poder do currículo nas relações travadas na escola contemporânea por meio da pesquisa e do conhecimento.

Na questão 2 – Escrevi sobre a história cultural que direciona as pesquisas para um viés culturalista segundo Chartier, Michel de Certau e Pierri Bourdieu . Fazendo um linck com minha pesquisa que só é possível devido esta tendência cultural. Abordei outras tendências como as pesquisas acerca do currículo, do espaço escolar, das práticas escolares, da cultura material e da cultura escolar.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Curso - PENSE


CURSO PRÁTICAS MATEMÁTICAS

OBJETIVO: capacitar os professores na prática com jogos e a aprendizagem de conceitos matemáticos.

PÚBLICO ALVO: professores, coordenadores e pedagogos.

PROGRAMA:
· A matemática na educação infantil
· A matemática nas séries iniciais
· Construindo conceitos matemáticos
· Conhecendo os jogos matemáticos
· Os jogos “com outro olhar”
· Oficina – construindo jogos matemáticos
· A matemática nas brincadeiras cantadas.

INCLUI: Certificado de participação 10h aula e 1 jogo construído na oficina.
Disponibilizaremos apostila de brincadeiras matemáticas para Xerox.
VALOR: R$ 40,00 em 2x – 1x no ato da inscrição e 1x na entrega do certificado
VAGAS: 30 participantes
LOCAL: Escola Arte Manhã
33696434 com Sol
HORÁRIO: das 19h ás 22h
DATAS: 14/10 - 21/10 - 28/10
INFORMAÇÕES E INCRIÇÕES COM FERNANDA ALVES/KARINE RAMOS ou em comentário no blog!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

De auxiliar.....a professora


Ando lendo Bourdieu um sociólogo francês (claro) incrível que escreveu muito sobre as classes sociais e suas configurações na sociedades. Fiquei lembrando das inúmeras vezes que como supervisora contratei auxiliares pensando em criar, exigir, planejar nelas um habitus de professora. Com algumas isto foi fácil, com outras mais difícil mas não impossível. Tudo isto porque como diz Bourdieu existe um capital cultural que é investido pela família desde o nascimento desta criança, portanto, umas chegavam com um capital cultural alto e outras com um capital cultural baixo. O mais interessante é que pude observar que as que detinham um capital cultural mais baixo eram esforçadas, dedicadas, submisas e com uma humildade sem igual. Enquanto que as que detinham um capital cultural mais elevado tentavam desconsiderar as autras e tinham uma visão de mundo pequena pois enxergavam somente o seu umbigo. Claro que isto não não foi um padrão unânime tiveram suas excessões. Muitas utlizaram o seu capital social (amigos, relações de trabalho e familiares) para acessar classes. Ao acompanhar o desenvolvimento destas profissionais pude perceber a dedicação de todas e sinto-me muito feliz em ter participado e contribuido pelo acesso. Acompanhar a construção do habitus professora nestas colegas foi fascinante.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PRECONCEITO....

Nunca sofri preconceito direto como já vi pessoas sofrerem...um preconceito velado que irrita. Você sabe que o foco do problema é o negro e a pessoa preconceituosa está ali tentando te convencer de que não é este o problema cria inúmeras situações para fugir do foco que a incomoda. Eu entendo que muitas pessoas não conseguem nem ver o outro, que qualquer coisa que a "incomode" seja real ou não é motivo de exercer seu poder...Nós professores e professoras temos que refletir sobre estas questões e não ceder...mostrando que as coisas tem também outro ângulo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aniversário...


Eu adoro fazer aniversário....
Sim...sim hoje é meu aniversário!!! Aprendi com a minha família a comemorar aniversários e junto com a festa, a confraternização aprendi a refletir...pensar em como é bom poder avaliar, retomar ações, momentos, pessoas...claro que podemos fazer isto todos os dias mas é no nosso aniversário que a balança imaginária aparece, aos 25 eu pensava assim, aos 26 aprendi isto com aquela pessoa, 27 sei um tanto de coisas que aos 24 eu não sabia...e assim “ Não importa a velocidade que caminhamos e sim a certeza de que não estamos parados”

A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realiza-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encontrar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer. Fases douradas em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.

Mario Quintana

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ser professor pré escolar...


Mergulhar na história é descobrir-se peça pulsante de todo o processo. Estou iniciando uma pesquisa acerca das práticas pré escolares. Descobri que só em 1980 a UFSC abriu o primeiro curso de Pedagogia direcionado para a formação do professor pré escolar antes disto a habilitação era feita a nível médio. Agora entendo porque toda está purpurina para os psicologos. Sim, eram eles quem definiam quase tudo no tema educação de 0 a 6 anos. Concluo que foi bom, pois foi a psicologia que exigiu um novo modelo de organização pedagógica evoluindo do assistencialismo para o educativo estimulador.

Um pouquinho da pesquisa ai...

Ao investigar o histórico do curso de Pedagogia – habilitação Pré escolar, analisarei as práticas orientadas no curso, bem como, indagarei de que maneira era realizado o trabalho com crianças de 0 à 6 anos no município de Florianópolis tentando compreender a interface entre as práticas “assistencialista” e a “educativa”.
Com a influência dos discursos médicos e psicológicos em defesa de um padrão educacional que perpasse pelos aspectos cognitivos, emocionais e sociais da criança pequena e que esta deveria ser atendida desde o seu nascimento. Em conseqüência disto, aumentaram o número de creches e de jardins de infância no Brasil e algumas mudanças da prática realizada com as crianças. Enquanto permaneciam os discursos da educação compensatória ou assistencialista aos filhos dos operários, paralelamente surgia um discurso que propunha o desenvolvimento afetivo e cognitivo para as crianças adotadas pelos jardins de infância onde eram atendidas as crianças de classe média. Debates cada vez mais acirrados sobre a educação assistencialista versus educativa levaram o Ministério da educação e cultura a criar o Serviço de Educação pré - escolar em 1975 uma coordenadoria de Ensino pré - escolar.
Diante deste contexto, é relevante ressaltar que a análise acerca das práticas realizadas na pré-escola em uma perspectiva histórica, adquiriu importância na década de 80, ano em que a UFSC ofereceu o primeiro curso de Pedagogia Habilitação pré - escolar. A pressão dos movimentos feministas e da luta pela democratização da escola pública possibilitou a conquista de 1988. Em seguida, em 1990 houve a promulgação do Estatuto da criança e do adolescente e em 1996 a nova LDB que declara a educação infantil como etapa inicial da educação básica e inclui as crianças pobres que até então eram vinculadas a órgãos de assistência social.
O historiador francês Bordieu (1999) p.218 evidencia:

A relação que um indivíduo mantém com a sua cultura depende fundamentalmente das condições nas quais ele a adquiriu, mormente porque o ato de transmissão cultural é, enquanto tal, a atualização exemplar de certo tipo de relação com a cultura.

Diante do exposto, acredito que esta pesquisa acerca da trajetória histórica das práticas realizadas em creches e pré-escola em Florianópolis se torna inovadora neste campo, pois, Florianópolis dispõe de uma riqueza de instituições privadas e públicas que possibilitam uma investigação rica em documentos, fotos e materiais pedagógicos. Para tanto, irei privilegiar o ponto de vista das professoras a respeito de suas práticas por um viés culturalista. E a partir desse pressuposto buscarei problematizar a forma como estes profissionais absorveram as mudanças culturais do seu tempo e transformaram em uma nova cultura dentro das creches e pré-escolas.
Nesta direção, a interrogação que conduz este trabalho diz respeito como está nova educacional influenciou as práticas e a cultura dentro das creches e pré - escolas em Florianópolis.
Segundo Julia (2002, p.39):

Para além do fato que a historia literária ou a historia das idéias centra-se nos “grandes” textos e não se rebaixa para analisar os manuais e as praticas escolares como se estes fossem objetos desprovidos de valor - , é nos tempos de crise que se revelam as rupturas e nascem as dúvidas.A discordância crescente entre a cultura escolar considerada “clássica” e a cultura contemporânea.

Ou seja, de que forma esta cultura conduziu as práticas, as normas e o habitus destes profissionais. Portanto, nesta perspectiva a prática e a organização pedagógica de ensino aprendizagem aparecem como elemento importante para identificar a construção desta nova cultura acerca da educação pré - escolar.