segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Contribuição Fernanda Alves


“O significado da Matemática para o aluno resulta das relações que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e entre os diferentes temas da própria Matemática. O conhecimento matemático deve ser apresentado aos alunos como historicamente construído pelo homem e em permanente evolução e relação com as situações-problema do cotidiano. O conhecimento matemático favorece o raciocínio lógico, a interpretação, a análise, a comparação, a argumentação e a abstração. Isso mostra a Matemática em sua prática filosófica, científica e social e contribui para a compreensão do papel que ela assume no mundo”.
Professora Fernanda Alves

Alguns princípios da Educação Infantil



“O trabalho pedagógico na educação infantil diferencia-se de acordo com a faixa etária e processo de construção progressiva de autonomia por parte da criança.
È parte dos processos de ensino-aprendizagem a investigação das concepções e representações das crianças, considerando-se as características da faixa etária e as especificidades socioculturais do grupo e os ritmos de cada indivíduo. Para isso é preciso que o adulto observe, interprete e registre as ações e reações das crianças com a finalidade de descobrir o que é significativo para elas e as lógicas de suas práticas cotidianas.
As atividades dedicadas as crianças de zero a um ano precisam considerar a sua grande dependência em relação ao adulto e, portanto a necessidade de interações individualizadas adulto-criança, nos momentos de explorar o próprio corpo através de movimentos e da experiência de diferentes sensações no contato com os objetos. Nessa fase inicial o ambiente precisa ser aconchegante, mas apresentar, também alguns desafios através da diversidade de materiais que irão mediar a relação e as brincadeiras entre o adulto e a criança.
As crianças de um a dois anos já poderão participar de algumas atividades em grupo, mas ainda têm necessidade de atenção individualizada por parte do adulto. Nessa fase é fundamental pensar em atividades que proporcionem o desenvolvimento motor e o desenvolvimento da linguagem, como, por exemplo, imitar os movimentos e os sons produzidos por diferentes animais. Aqui, o adulto precisa estar atento para o significado da fala das crianças, que se confunde com as ações e os gestos. Ainda é importante considerar que o tempo de concentração em cada atividade é muito pequeno, sendo necessária uma variedade de propostas na rotina cotidiana.
De dois a quatro anos iniciam os jogos simbólicos, as brincadeiras de faz-de-conta e uma maior desenvoltura motora das crianças para a exploração do ambiente e dos objetos. Nessa fase já é possível organizar as primeiras rodinhas para comunicação e representação como, por exemplo, fazer mímicas para imitar outros seres vivos, além de desenhar, pintar, modelar, ler histórias infantis, ouvir e cantar algumas músicas. Nesse período as crianças começam a tomar algumas decisões por conta própria, como escolher alimentos e roupas e, também, se alimentar e se vestir sozinhas.
Nessa época, as crianças começam a se dar conta das diferenças entre as coisas e as suas representações através de desenhos, histórias, etc. A interação da criança com o mundo se dá, portanto, no plano da ação e no plano simbólico, através da fala, do jogo e da imitação. A passagem do plano da ação para o plano da representação se dá através da linguagem. As representações são condições para as operações mentais. As ações são interiorizadas e reconstruídas pelas representações. Ao tomar consciência das ações, o sujeito representa o real. Para isso, é importante valorizar o faz-de-conta, as imitações, os desenhos, as histórias, a fala, as narrativas, etc. Além disso, a autonomia se constitui através da responsabilidade em realizar tarefas e em cumprir compromissos com o grupo. Um espaço importante é o do planejamento coletivo, isto é, das decisões em grupo sobre as atividades cotidianas.
Dos quatro aos seis anos, é possível investir nas atividades cooperativas que requerem negociações permanentes. Nesse período começam a se estabelecer as regras de convivência, sendo o momento privilegiado para o desenvolvimento de atividades a partir dos temas e das metodologias oriundas das diferentes áreas do conhecimento. Para tanto, é importante a observação dos interesses e das necessidades das crianças, através da oferta de materiais variados e da proposição de atividades diferentes simultaneamente para que elas possam realizar algumas escolhas. Aqui a atividade simbólica começa a tornar-se mais complexa nas brincadeiras de faz-de-conta e nas dramatizações.
É importante considerar que a diferenciação entre o desenho e escrita começa a ser construída nessa época. Além disso, a escrita, assim como a fala, é aprendida pela exposição a situações comunicativas, por isso é desejável proporcionar o contato das crianças com diferentes textos escritos, para que percebam as diferenças de estilo entre a linguagem oral e a escrita e entre os diferentes textos escritos. Para ler, as crianças devem utilizar sua experiência com o discurso de maneira a desenvolver estratégias que isolem o texto do contexto, de modo a reduzir o número de opções complexas que um texto de leitura apresenta. Ler, portanto, é lidar com a linguagem como algo em si, como um meio de expressar significados que são relativamente independentes do contexto imediato.
Em síntese, na educação Infantil as atividades devem ser planejadas com o objetivo de atender as necessidades das crianças em suas diferentes fases de desenvolvimento, de modo a contribuir para os processos de construção de sua autonomia.”

Texto de Russel Teresinha Dutra da Rosa, extraído do livro: Educação Infantil Pra que te quero? ARTMED. POA 2001.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Primeiro projeto desenvolvido. A estimulação essencial: estimulação dos sentidos no berçário




Como tudo começou... Bom o berçário foi amor à primeira vista, todos aqueles bebês, sorrisos, rotinas e a curiosidade de mundo que eu via nos olhos deles alegrava meu dia e despertava em mim a vontade de ensinar, aprender e contribuir com o desenvolvimento emocional e cognitivo deles.Sempre incentivada pela parceira, colega e diretora que me nutria de livros, revistas e mil idéias. Foi assim que comecei a escrever o primeiro projeto este que vou apresentá-las agora.
Justificativa: Observando e Pesquisando a fase de desenvolvimento dos alunos do berçário, chegamos a conclusão que para um bom desenvolvimento se faz necessário um plano de estimulação motora, cognitiva e emocional.
Desta forma, o presente projeto pretende contribuir com o trabalho de estimulação desenvolvido com crianças de 4 meses a 18 meses. Explorando os cinco sentidos: tato, visão, paladar, olfato e audição.
Definição do problema: É com intuito de oferecer a estimulação dos bebês do berçário por meio de uma sistematização de atividades utilizando como instrumento e abordagem de trabalho o livro “ O despertar do bebê “ de Janine Lévy, para que a nossa prática educativa e a ação pedagógica seja feita em conjunto com as famílias.
Originou-se da pergunta: Devemos deixar ao acaso, ao instintivo, a inspiração do momento, o cuidado de desencadear, reforçar, corrigir as aquisições motoras da criança, quando é possível – num clima de brinquedo e de segurança – aproveitar todas as ocasiões para dar-lhe os meios de progredir e adquirir autonomia?
Podemos prepará-la para dominar a posição sentada, tonificando-lhe a musculatura, para conquistar a posição de pé, fazendo com que ela perceba o papel e o apoio do pé : para andar , facilitando-lhe a busca de equilíbrio.
Não se trata de obriga - lá e menos ainda de “super - estimular” . Trata-se adaptando-nos a seu ritmo e personalidade – de favorecer-lhe o desabrochar, de deixá-la à vontade no próprio corpo, de acompanhar num certo sentido o seu desenvolvimento.
Tal modificação deverá atingir todos os gestos da vida quotidiana : o modo de carregar a criança, de trocá-la, de dar-lhe banho, comida, de brincar com ela...Será necessário aproveitar todas “ situações” para estimular e suscitar a atividade espontânea da criança .
Isso será possível se falarmos com ela, explicando-lhe o que se espera dela, apelando para a sua participação, interferindo o menos possível, procurando não perturbar sua atividade espontânea, dando-lhe tempo para mudar de posição, prolongando os movimentos que ela esboça deixando-a explorar e descobrir o seu mais bonito brinquedo: o próprio corpo.
Esta educação motora contribui não apenas para prevenir deformações , corrigir má postura e consolidar as aquisições motoras, mas é também um extraordinário fator de equilíbrio da criança – acalma –lhe a angústia e dá-lhe algo de inestimável, que é o sentimento de segurança.
Acresce a ação dos pais e educadores de mais um atrativo a tal ponto que este “ jogo do desenvolvimento” – composto de contato carnal, diálogos carinhosos, gratificações recíprocas, estímulos, - enriquece a relação adulto - criança.
A linguagem e o desenvolvimento psicomotor são à base do conhecimento, porém, acima e mais importante que tudo, é a descoberta do " eu existo". Um bebe se falasse, talvez pudesse dizer, em algum momento durante os primeiros anos de vida : "Eu descobri que existo, que tenho olhos, boca, nariz, que tenho minha barriga, que não sou um pedaço da minha mãe, nem a continuação do papai, eu sou eu, e sou assim."
Justamente isso é o que aponta a importância da educação nesse início de vida: a estruturação das bases da personalidade, o descobrir-se como pessoa, destacando o universo familiar, embora a ele ligado afetivamente, assim como a outras pessoas de suas relações próximas, como o seu educador, o adulto de referência, na escola.
Quando trabalhamos com educação infantil devemos pensar em algo primeiramente rico em experiências de base afetivo- social, produto de relações interpessoais ricas e estimulantes, entre adulto criança.
Nesses primeiros anos de vida, a criança precisa muito do adulto, e a relação que mantiver com ele será fundamental ao processo, tanto de formação de sua personalidade , quanto de aprendizagem, que é, nessa fase da vida, essencialmente de transmissão oral e de bases afetivas .
O adulto deve ser o intermediador entre a criança e o objeto de sua ação e conhecimento.
O estimulador deve agir com ele, deve brincar cooperativamente.
Todo o processo de estimulação visa a possibilitar a criança independência, auto estima, autonomia e segurança para que ela possa enfrentar novas experiências que resultaram em crescimento.
Caberá ao adulto estimulador conquistar sua confiança, observando que existem necessidades especiais como alimentação, higiene, descanso para que a ação pedagógica nesta fase possa ter um bom resultado.
A estimulação retira a criança da inércia, pelo convite á brincadeira afetivo - social com o adulto. Essa relação lúdica, de cooperação mútua, necessariamente
envolvida de linguagem , amplia o mundo de significados e de palavras o mundo de experiências intelectuais da criança, dando acesso a um universo de imagens auditivas, da fala, associadas ás situações concretas e significativas, proporcionadas pela brincadeira.
A estimulação não é apenas importante, ela é essencial ao desenvolvimento pleno e harmonioso da criança e atua sobre todas as funções psicomotoras, abrangendo até, se corretamente realizada, o desenvolvimento afetivo da criança, o incremento de sua auto - estima, visto como bem estar psicológico - afetivo, que deve ser o objetivo máximo da ação do adulto estimulador.
Para fazer esta estimulação de forma a colaborar com o desenvolvimento se faz necessário conhecer as possibilidades e limitações da fase com a qual estamos desenvolvendo nosso trabalho de estimulador.

Objetivo geral
Estimular de forma significativa e corretamente crianças entre 4 e 18 meses.
Objetivos específicos
• Verificar o desenvolvimento psicomotor, emocional, social e cognitivo de cada aluno individualmente.
• Buscar as diversas maneiras da estimulação essencial
• Observar as reações através da estimulação do tato, paladar, olfato, visão e audição.
• Massagear para que haja uma aproximação física e emocional desenvolvendo segurança, bem estar geral e crescimento físico.
• Estimular as diversas linguagens

Estudo da fase de desenvolvimento em questão.
Nessa fase entre 4 meses e 12 meses as crianças estão descobrindo o mundo através das sensações e estímulos , ao longo do primeiro ano este mundo é dominado pelas sensações trazidas pelo tato, visão, audição, paladar e olfato e todos estes momentos tem sabor de descoberta que podem ser enriquecidos pelo professor que criará espaços e desafios.

Estratégias planejadas
Pretende-se por meio de práticas estimulativas, sistematizar estimulações significativas para o processo ensino aprendizagem da criança.
• Realizar exercícios de acordo com a faixa etária
• Realizar a prática de massagem Shantala
• Realizar fichas de observação do desenvolvimento
• Estimulação dos sentidos
• Circuito de estimulação
• Aulas de música
• Hora da massagem
• Fichas de desenvolvimento dos sentidos

Atividades planejadas e pesquisadas de acordo com a fase de desenvolvimento:

Bolinha de sabão - desenvolve a visão, os detalhes, o brilho das bolinhas estimulam os movimentos visuais, além de desenvolver a coordenação motora pois os movimentos do bebê vão em direção as bolinhas, desenvolvendo a percepção visual no sentido de aparecer e desaparecer.
Lenços mágicos coloridos - estimulação visual é para o bebê um jogo visual que a estimuladora com pequenos movimentos realiza.
Para - quedas - desenvolve o tato, pois o toque do tecido no corpo conforme o balanço traz sensações para o bebê, além de estimular a visão, pois é muito colorido. Desenvolve a socialização.
Chocalho de fitas - desenvolve a visão com as várias formas e cores desenvolvem o tato por ter uma variedade de texturas das fitas, desenvolve a simulação de movimentos e a coordenação motora fina.
Brinquedos que cantam - desenvolve a audição, pois o bebê procura e localiza o som, percebendo os movimentos da estimuladora.
Bola boot - desenvolve o tato, pois ao rolar desperta sensações no bebê combinada a movimentos corporais através do balanço feito pela bola.
Brincando de pegar - desenvolve o tato pois o bebê pega vários brinquedos, visual pois todos são coloridos e a coordenação motora movimento do engatinhar para pegar, encorajar o bebê desenvolve a socialização e a auto - estima além dos movimentos eventuais que o bebê realizará para atingir seu objetivo.
Garrafas coloridas - desenvolve o tato, a audição, pois as garrafas produzem diversos sons e movimentos de cor e água.
Lanterna - desenvolve a visão, a coordenação motora através do balanço e a busca pela luz, envolve o bebê no jogo de pegar o facho de luz .
Cursando obstáculos - desenvolve o tato, a visão e a coordenação motora além de propiciar o descobrimento de ângulos no ir e vir sem bater nos objetos.
Fantoche - desenvolve o tato ao pegar os personagens e sentir suas diferentes texturas, a visão devido a várias cores e formas e a audição pelas conversas e a interação propiciada pelo objeto animal, bichinho preferido etc...
Livro de texturas - desenvolve o tato devido as várias texturas propiciadas no livro, desenvolve a coordenação motora fina, a linguagem pois a estimuladora narrara as texturas ( este é macio, oh este é áspero, e este como é????) .
Montando torre - possibilita experiência de encaixe e noção de espaço e os diferentes tamanhos, desenvolvendo o toque e a percepção visual.
Jogos de encaixe - desenvolve a memória visual, resolução de problemas e a coordenação motora fina.

Recursos:
• Rolo
• Colchão
• Brinquedos que emitem som
• Espelho
• Livro
• Bolinha de sabão
• Bolas pequenas
• Bola bobot
• Para - quedas
• Lenços coloridos
• Chocalho de fitas
• Banquinho
• Minhoca
• Óleo de massagem
• Figuras coloridas
• Livro de texturas
• Lanterna pequena
• Jogos de encaixe
• Fantoche
• Garrafas coloridas
• Lego gigante
• Chocalhos

Bibliografia

• O despertar do bebê - práticas de educação psicomotora
• O bebê - o primeiro ano de vida
• Baby play- Gymboree
• Massageie seu bebê - toques que transmitem afeto e calma
• Império dos sentidos - Suzana Lakatos
• Estimulação essencial - Creches - Gilda Rizzo
• Guia prático - meu bebê - revista abril

Categorias pesquisadas
• Estimulação essencial
• Toques do dia a dia
• Massagem
• Estimulação dos sentidos
• Musicalização
• As diversas linguagens

Inclusão - Entender para saber...


É importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante, intervenção precoce e esforços integrados de educação irão sempre influenciar positivamente o desenvolvimento desta criança.

O que é?
A síndrome de Down é a forma mais freqüente de retardo mental causada por uma aberração cromossômica microscopicamente demonstrável. É caracterizada por história natural e aspectos fenotípicos bem definidos. É causada pela ocorrência de três (trissomia) cromossomos 21, na sua totalidade ou de uma porção fundamental dele.
Características Clínicas
A síndrome de Down, uma combinação específica de características fenotípicas que inclui retardo mental e uma face típica, é causada pela existência de três cromossomos 21 (um a mais do que o normal, trissomia do 21), uma das anormalidades cromossômicas mais comuns em nascidos vivos.
É sabido, há muito tempo, que o risco de ter uma criança com trissomia do 21 aumenta com a idade materna. Por exemplo, o risco de ter um recém-nascido com síndrome de Down, se a mãe tem 30 anos é de 1 em 1.000, se a mãe tiver 40 anos, o risco é de 9 em 1.000. Na população em geral, a freqüência da síndrome de Down é de 1 para cada 650 a 1.000 recém-nascidos vivos e cerca de 85% dos casos ocorre em mães com menos de 35 anos de idade.
As pessoas com síndrome de Down costumam ser menores e ter um desenvolvimento físico e mental mais lento que as pessoas sem a síndrome. A maior parte dessas pessoas tem retardo mental de leve a moderado; algumas não apresentam retardo e se situam entre as faixas limítrofes e médias baixa, outras ainda podem ter retardo mental severo.
Existe uma grande variação na capacidade mental e no progresso desenvolvimental das crianças com síndrome de Down. O desenvolvimento motor destas crianças também é mais lento. Enquanto as crianças sem síndrome costumam caminhar com 12 a 14 meses de idade, as crianças afetadas geralmente aprendem a andar com 15 a 36 meses. O desenvolvimento da linguagem também é bastante atrasado.
É importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante, intervenção precoce e esforços integrados de educação irão sempre influenciar positivamente o desenvolvimento desta criança.
Embora as pessoas com síndrome de Down tenham características físicas específicas, geralmente elas têm mais semelhanças do que diferenças com a população em geral. As características físicas são importantes para o médico fazer o diagnóstico clínico; porém, a sua presença não tem nenhum outro significado. Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta todas as características; algumas podem ter somente umas poucas, enquanto outras podem mostrar a maioria dos sinais da síndrome.
Algumas das características físicas das crianças com síndrome de Down são:


achatamento da parte de trás da cabeça,

inclinação das fendas palpebrais,

pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos,

língua proeminente,

ponte nasal achatada,

orelhas ligeiramente menores,

boca pequena,

tônus muscular diminuído,

ligamentos soltos,

mãos e pés pequenos,

pele na nuca em excesso.
Aproximadamente cinqüenta por cento de todas as crianças com a síndrome têm uma linha que cruza a palma das mãos (linha simiesca), e há, freqüentemente, um espaço aumentado entre o primeiro e segundo dedos do pé. Freqüentemente estas crianças apresentam mal-formações congênitas maiores.
As principais são as do coração (30-40% em alguns estudos), especialmente canal atrioventricular, e as mal-formações do trato gastrointestinal, como estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal, e doença de Hirschsprung.
Alguns tipos de leucemia e a reação leucemóide têm incidência aumentada na síndrome de Down. Estimativas do risco relativo de leucemia têm variado de 10 a 20 vezes maior do que na população normal; em especial a leucemia megacariocítica aguda ocorre 200 a 400 vezes mais nas pessoas com síndrome de Down do que na população cromossomicamente normal. Reações leucemóides transitórias têm sido relatadas repetidamente no período neonatal.
Entre oitenta e noventa por cento das pessoas com síndrome de Down têm algum tipo de perda auditiva, geralmente do tipo de condução. Pacientes com síndrome de Down desenvolvem as características neuropatológicas da doença de Alzheimer em uma idade muito mais precoce do que indivíduos com Alzheimer e sem a trissomia do 21.
Citogenética
A maior parte dos indivíduos (95%) com trissomia do 21 tem três cópias livres do cromossomo 21; em aproximadamente 5% dos pacientes, uma cópia é translocada para outro cromossomo acrocêntrico, geralmente o 14, o 21 ou o 22. Em 2 a 4% dos casos com trissomia do 21 livre, há mosaicismo, isto é, uma linhagem de células com trissomia e uma linhagem de células normal na mesma pessoa.
Aconselhamento genético
Pais que têm uma criança com síndrome de Down têm um risco aumentado de ter outra criança com a síndrome em gravidezes futuras. É calculado que o risco de ter outra criança afetada é aproximadamente 1 em 100 na trissomia do 21 e no mosaicismo. Porém, se a criança tem síndrome de Down por translocação e se um dos pais é portador de translocação (o que ocorre em um terço dos casos), então o risco de recorrência aumenta sensivelmente. O risco real depende do tipo de translocação e se o portador da translocação é o pai ou a mãe.
Cuidados especiais
As crianças com síndrome de Down necessitam do mesmo tipo de cuidado clínico que qualquer outra criança. Contudo, há situações que exigem alguma atenção especial.


Oitenta a noventa por cento das crianças com síndrome de Down têm deficiências de audição. Avaliações audiológicas precoces e exames de seguimento são indicados.

Trinta a quarenta por cento destas crianças têm alguma doença congênita do coração. Muitas destas crianças terão que se submeter a uma cirurgia cardíaca e, freqüentemente precisarão dos cuidados de um cardiologista pediátrico por longo prazo.

Anormalidades intestinais também acontecem com uma freqüência maior em crianças com síndrome de Down. Por exemplo, estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal e doença de Hirschsprung. Estas crianças também podem necessitar de correção cirúrgica imediata destes problemas.

Crianças com síndrome de Down freqüentemente têm mais problemas oculares que outras crianças. Por exemplo, três por cento destas crianças têm catarata. Elas precisam ser tratadas cirurgicamente. Problemas oculares como estrabismo, miopia, e outras condições são freqüentemente observadas em crianças com síndrome de Down.

Outra preocupação relaciona-se aos aspectos nutricionais. Algumas crianças, especialmente as com doença cardíaca severa, têm dificuldade constante em ganhar peso. Por outro lado, obesidade é freqüentemente vista durante a adolescência. Estas condições podem ser prevenidas pelo aconselhamento nutricional apropriado e orientação dietética preventiva.

Deficiências de hormônios tireoideanos são mais comuns em crianças com síndrome de Down do que em crianças normais. Entre 15 e 20 por cento das crianças com a síndrome têm hipotireoidismo. É importante identificar as crianças com síndrome de Down que têm problemas de tireóide, uma vez que o hipotireoidismo pode comprometer o funcionamento normal do sistema nervoso central.

Problemas ortopédicos também são vistos com uma freqüência mais alta em crianças com síndrome de Down. Entre eles incluem-se a subluxação da rótula (deslocamento incompleto ou parcial), luxação de quadril e instabilidade de atlanto-axial. Esta última condição acontece quando os dois primeiros ossos do pescoço não são bem alinhados devido à presença de frouxidão dos ligamentos. Aproximadamente 15% das pessoas com síndrome de Down têm instabilidade atlanto-axial. Porém, a maioria destes indivíduos não tem nenhum sintoma, e só 1 a 2 por cento de indivíduos com esta síndrome têm um problema de pescoço sério o suficiente para requerer intervenção cirúrgica.

Outros aspectos médicos importantes na síndrome de Down incluem problemas imunológicos, leucemia, doença de Alzheimer, convulsões, apnéia do sono e problemas de pele. Todos estes podem requerer a atenção de especialistas.