quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Observar o mundo....escutar o mundo...escutar as pessoas

Quando li o livro Imagens quebradas de Miguel Arroyo não consegui interpretar o sentido total das palavras, pois eu tinha uma visão limitada sobre algumas coisas da vida, da escola, das coisas.
As formas de periodizar a vida e a definição das práticas relacionadas a cada período apresentam variações segundo os grupos sociais...A preocupação aqui é defender uma postura, uma prática sem avaliar a essência, sinto o perigo de cometer o erro ou a ignorância de reclamar, solicitar algo que no fundo não precisamos. Avaliar, de maneira ampla, ouvir as vozes do mundo...é fundamental para um professor ter a visão do todo como fala uma grande educadora...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Encante-se com a educação infantil...


“Tudo o que eu preciso saber sobre a vida, o que fazer e como ser, eu aprendi no Jardim de Infância.
A sabedoria não estava no topo da montanha de conhecimento que é a faculdade, mas sim, no alto do monte de areia do Jardim da Infância.
Essas são algumas coisas que eu aprendi:
Dividir tudo. Ser justo. Não machucar ninguém. Colocar as coisas de volta no lugar de onde foram tiradas. Arrumar a própria bagunça. Nunca pegar o que não é seu. Pedir desculpas sempre que machucar alguém. Lavar as mãos antes das refeições. Dar descarga. Leite com bolachas fazem bem para a nossa saúde. Viver uma vida balanceada: aprender um pouco, pensar um pouco, desenhar um pouco, dançar um pouco, brincar um pouco e trabalhar um pouco todos os dias.
Tirar uma soneca todas as tardes.
Quando sair na rua, olhar os carros, dar as mãos e ficar junto.
Lembra daquela sementinha de feijão no potinho de Danone? As raízes crescem para baixo e as folhas para cima e ninguém sabe com certeza como ou por que, mas todos nós somos exatamente como ela.
Peixinhos, passarinhos, gatinhos e cachorrinhos e até mesmo a sementinha de feijão no potinho de Danone – todos morrem – assim como nós.
E então, lembre-se dos livros do Chapeuzinho Vermelho e das primeiras palavras que você aprendeu. As maiores de todas: Mamãe e Papai.
Tudo o que você precisa saber está lá, em algum lugar. Regras sobre a vida, o amor, saneamento básico, ecologia, política, igualdade e fraternidade. Pegue qualquer um desses termos e extrapole para sofisticadas palavras de linguagem adulta e então aplique em sua vida familiar, trabalho, governo ou mundo, e tudo continua firme e verdadeiro. Pense como o mundo seria melhor, se todos nós – o mundo inteiro – tomássemos leite com bolachas as três horas da tarde, todas as tardes, e depois, deitássemos com nossos travesseiros no sofá da sala, para uma soneca.
Ou então, se todos os governos tivessem como política básica sempre colocar as coisas de volta no lugar de onde foram tiradas e também, sempre arrumar suas próprias bagunças.
E continua verdade, não importa sua idade, quando sair para o mundo, dê as mãos e fique junto.”

Escolas e exposições visitadas





Olhar, criar, aprender esta é a mágica de trocar experiências. As minhas imagens são de vocês agora! Colégio Positivo Curitiba

Alguns princípios da Educação Infantil



“O trabalho pedagógico na educação infantil diferencia-se de acordo com a faixa etária e processo de construção progressiva de autonomia por parte da criança.
È parte dos processos de ensino-aprendizagem a investigação das concepções e representações das crianças, considerando-se as características da faixa etária e as especificidades socioculturais do grupo e os ritmos de cada indivíduo. Para isso é preciso que o adulto observe, interprete e registre as ações e reações das crianças com a finalidade de descobrir o que é significativo para elas e as lógicas de suas práticas cotidianas.
As atividades dedicadas as crianças de zero a um ano precisam considerar a sua grande dependência em relação ao adulto e, portanto a necessidade de interações individualizadas adulto-criança, nos momentos de explorar o próprio corpo através de movimentos e da experiência de diferentes sensações no contato com os objetos. Nessa fase inicial o ambiente precisa ser aconchegante, mas apresentar, também alguns desafios através da diversidade de materiais que irão mediar a relação e as brincadeiras entre o adulto e a criança.
As crianças de um a dois anos já poderão participar de algumas atividades em grupo, mas ainda têm necessidade de atenção individualizada por parte do adulto. Nessa fase é fundamental pensar em atividades que proporcionem o desenvolvimento motor e o desenvolvimento da linguagem, como, por exemplo, imitar os movimentos e os sons produzidos por diferentes animais. Aqui, o adulto precisa estar atento para o significado da fala das crianças, que se confunde com as ações e os gestos. Ainda é importante considerar que o tempo de concentração em cada atividade é muito pequeno, sendo necessária uma variedade de propostas na rotina cotidiana.
De dois a quatro anos iniciam os jogos simbólicos, as brincadeiras de faz-de-conta e uma maior desenvoltura motora das crianças para a exploração do ambiente e dos objetos. Nessa fase já é possível organizar as primeiras rodinhas para comunicação e representação como, por exemplo, fazer mímicas para imitar outros seres vivos, além de desenhar, pintar, modelar, ler histórias infantis, ouvir e cantar algumas músicas. Nesse período as crianças começam a tomar algumas decisões por conta própria, como escolher alimentos e roupas e, também, se alimentar e se vestir sozinhas.
Nessa época, as crianças começam a se dar conta das diferenças entre as coisas e as suas representações através de desenhos, histórias, etc. A interação da criança com o mundo se dá, portanto, no plano da ação e no plano simbólico, através da fala, do jogo e da imitação. A passagem do plano da ação para o plano da representação se dá através da linguagem. As representações são condições para as operações mentais. As ações são interiorizadas e reconstruídas pelas representações. Ao tomar consciência das ações, o sujeito representa o real. Para isso, é importante valorizar o faz-de-conta, as imitações, os desenhos, as histórias, a fala, as narrativas, etc. Além disso, a autonomia se constitui através da responsabilidade em realizar tarefas e em cumprir compromissos com o grupo. Um espaço importante é o do planejamento coletivo, isto é, das decisões em grupo sobre as atividades cotidianas.
Dos quatro aos seis anos, é possível investir nas atividades cooperativas que requerem negociações permanentes. Nesse período começam a se estabelecer as regras de convivência, sendo o momento privilegiado para o desenvolvimento de atividades a partir dos temas e das metodologias oriundas das diferentes áreas do conhecimento. Para tanto, é importante a observação dos interesses e das necessidades das crianças, através da oferta de materiais variados e da proposição de atividades diferentes simultaneamente para que elas possam realizar algumas escolhas. Aqui a atividade simbólica começa a tornar-se mais complexa nas brincadeiras de faz-de-conta e nas dramatizações.
É importante considerar que a diferenciação entre o desenho e escrita começa a ser construída nessa época. Além disso, a escrita, assim como a fala, é aprendida pela exposição a situações comunicativas, por isso é desejável proporcionar o contato das crianças com diferentes textos escritos, para que percebam as diferenças de estilo entre a linguagem oral e a escrita e entre os diferentes textos escritos. Para ler, as crianças devem utilizar sua experiência com o discurso de maneira a desenvolver estratégias que isolem o texto do contexto, de modo a reduzir o número de opções complexas que um texto de leitura apresenta. Ler, portanto, é lidar com a linguagem como algo em si, como um meio de expressar significados que são relativamente independentes do contexto imediato.
Em síntese, na educação Infantil as atividades devem ser planejadas com o objetivo de atender as necessidades das crianças em suas diferentes fases de desenvolvimento, de modo a contribuir para os processos de construção de sua autonomia.”

Texto de Russel Teresinha Dutra da Rosa, extraído do livro: Educação Infantil Pra que te quero? ARTMED. POA 2001.